Cromos - B. Lopes (Espírito)
Na alcova desguarnecida
Sobre uma enxerga, a doente
Soluça como quem sente
O fim nevoento da vida
Beija-lhe a filha inocente
Minúscula, embevecida
Mirando-a enternecida
Dizendo-lhe docemente
Não chores mais mamãezinha
Vou dar minha bonequinha
À santa lá do altar
E com esta minha promessa
Ela há de vir bem depressa
Para a senhora sarar
O mendigo desprezado
Olha as estrelas e chora
Pois sente que se enamora
Do firmamento estrelado
Ao seu Jesus bem-amado
Cheio de lágrimas, ora
E pede, suplica, implora
Perdão para o seu pecado
Vêem-se raios formosos
Dimanando luminosos
Do clarão da sua fé
E lá dos céus abençoa
Sua alma singela e boa
O Jesus que ele não vê
Cromos - B. Lopes (Espíritu)
En la alcoba desprovista
Sobre un jergón, la enferma
Solloza como quien siente
El oscuro final de la vida
Besando a su inocente hija
Minúscula, embelesada
Mirándola con ternura
Diciéndole dulcemente
No llores más, mamacita
Voy a dar mi muñequita
A la santa del altar
Y con esta promesa mía
Ella vendrá muy pronto
Para sanar a la señora
El mendigo despreciado
Mira las estrellas y llora
Pues siente que se enamora
Del firmamento estrellado
A su amado Jesús
Lleno de lágrimas, ora
Y pide, suplica, implora
Perdón por su pecado
Se ven rayos hermosos
Irradiando luminosos
Del resplandor de su fe
Y desde los cielos bendice
Su alma sencilla y buena
El Jesús que él no ve
Escrita por: Mauricio Gringo