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Funeral Historia de un Amor Ilícito

Moacyr Franco

Funérea Estória de Um Amor Espúrio

(Tenório tenho uma pra te contar
Que tu vai cair duro, ah ah
Não, aqui não posso te contar
Vem cá, detrás do muro
Moita, Tenório
Isto é que um meia-de-ligação, hã?)

Nesse precário dia funério
Chega o Tenório ao seu tugúrio
Antes do horário
Chega o Tenório todo simplório
E ouve da área
Um estranho falatório

Entra o Tenório e vê Quitéria
Com um ar assim
De quem tem culpa no cartório
Sem comentário vai o Tenório
Abre o armário
E dá de cara com o Porfírio

Cheio de fúria, o bom Tenório
Pega o Porfírio
E vai trancá-lo lá na área
Volta bem sério para Quitéria
Que diz a ele
Toda cheia de lamúria

Não há, Tenório, motivo sério
Para deixar
o pobrezinho na intempérie
Vai e retire-o de lá da área
Pois bem precária
É a saúde do Porfírio

E o bom Tenório
Que é contrário
A contrariar a sua querida Quitéria
Vai lá na área, pega o Porfírio
Mais que depressa
E vai levá-lo ao dormitório

Nada de inglório nem vexatório
A do Tenório
Neste gesto humanitário
Pois o Porfírio da nossa estória
É o Luluzinho
Queridinho da Quitéria

(Há, há, entrou hein!)

Funeral Historia de un Amor Ilícito

(Tenorio, tengo algo que contarte
Que te dejará en shock, ah ah
No, aquí no puedo decirte
Ven aquí, detrás del muro
Matorral, Tenorio
¿Qué tal un mediocampista, eh?)

En este día funerario precario
Llega Tenorio a su tugurio
Antes de la hora
Llega Tenorio tan simple
Y escucha desde el área
Un extraño parloteo

Entra Tenorio y ve a Quitéria
Con una expresión
Como si tuviera culpa en la oficina
Sin comentarios va Tenorio
Abre el armario
Y se encuentra con Porfirio

Lleno de furia, el buen Tenorio
Agarra a Porfirio
Y lo encierra allí en el área
Regresa muy serio con Quitéria
Quien le dice
Llena de lamentaciones

No hay, Tenorio, razón seria
Para dejar
al pobre en la intemperie
Ve y sácalo de allí del área
Pues muy precaria
Es la salud de Porfirio

Y el buen Tenorio
Que es contrario
A contradecir a su amada Quitéria
Va al área, toma a Porfirio
Muy rápidamente
Y lo lleva al dormitorio

Nada deshonroso ni vergonzoso
Para Tenorio
En este gesto humanitario
Pues Porfirio en nuestra historia
Es el Luluzinho
El consentido de Quitéria

(¡Ja, ja, entró eh!)

Escrita por: Ivo Piccinini