395px

Peixe (part. Tulipa Ruiz)

Ogi

Peixe (part. Tulipa Ruiz)

É joaquim
Você falou demais
E quem fala demais vocês já sabem
É como diz o ditado
Eu não me lembro bem, mas é algo assim
O peixe morre pela boca

Do cardume me separei já
Porque a maldade fareja
Fui pra casa da carangueja
Fiz uma média, minha estratégia
Mas as coisas não vão se acalmar
Eu tenho quase certeza
Eu pedi pra Netuno me salvar
E ele não teve a nobreza
Vejo um tubarão branco se aproximando com um golfinho do lado
De outro lado uma arraia e uma enguia, vou ser eletrocutado
Quando um polvo bombado me achou e na minha cauda já grudou
Eu começo a me debater
Mas ouço a morte dizer

Para não tem pra onde correr
Chegou a sua hora, eu vim buscar você
Chega de choradeira, o jogo é assim
Frito na frigideira, esse vai ser seu fim

Mas eu me ensaboei com sabonete
Antes que o tentáculo estreite
Escapei, corri feito hornet
Só que eles tavam de foguete
Mas sou atacante tinhosa
Habilidoso e boto fogo
Eu me livro, faço de bobo
Driblo de novo, manjo do jogo
Ouço a torcida gritar quando eu humilho a morte
E ela tentou acertar meu tornozelo bem forte
E eu escapo liso, quase fico aleijado
Meu adversário já ficou estatelado
Ele tá desnorteado procurando nemo
E ele disse que eu tinha pacto com o demo
E depois da fuga não tive folga
É agonia o que me consome
Ouço a dor conversando comigo e ela me diz que seu nome é fome
Já tô matando cachorro a grito
No mar um deserto eu sinto crescer
Quando eu vejo um teco de carne boiando corri pra comer
Acho que a sorte grande tirei
Não me acanhei, abocanhei
Com a explosão saborosa de carne gostosa na hora eu quase gozei
Mas o prazer durou pouco
Colei de garfo no caldo de mocotó
Todo perigo senti
Quando vi que isso aqui é uma isca pra bocoió
Parecia um guindaste me puxando no anzol
Veio o som do desespero ecoando em si bemol
Eles vão me abrir no meio pra me castigar
E a minha cabeça vão jogar pra um gato mastigar
Sou cabeça de bagre, biltre, medíocre
Disso eu tenho ciência
E ao pensar no meu filho sem pai nesse mundo
Evoco a extrema potência
Quando meu corpo todo contorço em um tremendo esforço
Eu escapo e começo a correr
Mas ouço a morte dizer

Para não tem pra onde correr
Cê escapou agora, mas vou pegar você
Não tô de brincadeira, esse vai ser seu fim
Frito na frigideira com sal e alecrim
Para não tem pra onde correr
Cê escapou agora, mas vou pegar você
Não tô de brincadeira, esse vai ser seu fim
Frito na frigideira com sal e alecrim

É, dessa vez você escapou, joaquim
Mas ela não esquecerá de você
Ela estará sempre te rondando
E a brasa continua acesa
E uma hora você vem pra frigideira

Peixe (part. Tulipa Ruiz)

Es Joaquín
Hablaste demasiado
Y ya saben lo que pasa
Como dice el refrán
No recuerdo bien, pero algo así
El pez muere por la boca

Del cardumen me separé
Porque la maldad acecha
Fui a la casa del cangrejo
Hice la pelota, mi estrategia
Pero las cosas no se calmarán
Casi estoy seguro
Le pedí a Neptuno que me salvara
Y no tuvo la nobleza
Veo un tiburón blanco acercándose con un delfín al lado
Por otro lado una raya y una anguila, voy a ser electrocutado
Cuando un pulpo musculoso me encontró y ya se aferró a mi cola
Empiezo a debatirme
Pero escucho a la muerte decir

No hay a dónde correr
Ha llegado tu hora, vine a buscarte
Basta de lloriqueos, así es el juego
Frito en la sartén, este será tu fin

Pero me enjaboné con jabón
Antes de que el tentáculo se estreche
Escapé, corrí como un avispón
Pero ellos estaban con cohete
Pero soy un atacante astuto
Hábil y prendo fuego
Me libero, hago el tonto
Regateo de nuevo, entiendo el juego
Escucho a la hinchada gritar cuando humillo a la muerte
Y ella intentó golpear mi tobillo muy fuerte
Y escapo liso, casi quedo cojo
Mi oponente ya quedó estampado
Está desorientado buscando a Nemo
Y dijo que tenía pacto con el demonio
Y después de la fuga no tuve descanso
Es agonía lo que me consume
Escucho al dolor hablando conmigo y me dice que su nombre es hambre
Ya estoy matando perros a gritos
En el mar un desierto siento crecer
Cuando veo un pedazo de carne flotando corro a comer
Creo que saqué la suerte grande
No me acobardé, mordí
Con la explosión sabrosa de carne deliciosa casi llego al clímax
Pero el placer duró poco
Clavé el tenedor en el caldo de pata
Sentí todo el peligro
Cuando vi que esto es un cebo para tontos
Parecía una grúa tirando de mí en el anzuelo
Vino el sonido del desespero resonando en si bemol
Me van a abrir en dos para castigarme
Y mi cabeza la tirarán para que un gato la mastique
Soy cabeza de bagre, ruin, mediocre
De eso tengo conciencia
Y al pensar en mi hijo sin padre en este mundo
Evoco la extrema potencia
Cuando mi cuerpo se retuerce en un tremendo esfuerzo
Escapo y empiezo a correr
Pero escucho a la muerte decir

No hay a dónde correr
Escapaste ahora, pero te atraparé
No es broma, este será tu fin
Frito en la sartén con sal y romero
No hay a dónde correr
Escapaste ahora, pero te atraparé
No es broma, este será tu fin
Frito en la sartén con sal y romero

Sí, esta vez escapaste, Joaquín
Pero ella no te olvidará
Siempre estará acechándote
Y la brasa sigue encendida
Y en algún momento vendrás a la sartén

Escrita por: Rodrigo Ogi