395px

Miedo al miedo

Okado do Canal

Medo do Medo

Eu tenho medo do medo que você tem de mim
Eu tenho medo do medo que você tem

Quem sabe um dia
Mainha na delegacia
Esperando notícia minha
Chorando a noite todinha!

Safado, fardado
Nem tá preocupado
Com o tempo que passa!
Pergunta pelos meus amigos
Se são bandidos
E são meus comparsa!

Como eu tô
De onde vinha, pra onde eu vou
Ela responde que eu não sou bandido
Que não foi pra isso que ela me criou!
E ele insiste: Como eu tô
De onde vinha, pra onde eu vou
E ela responde: Meu fi né bandido!
E que não foi pra isso que ela me criou!

Me diz por que você me segue
Me cerca, tenta me prender
Me escraviza por conta da cor
Somos da mesma cor!
Isso você não vê

Não queremos vingança
Justiça!
Aos pretos favelados
Levados pela polícia
Sem reconhecimento
Morrendo como indigente
Esse é o retrato
Dos afrodescendentes!

Por quê?
As tia rica ainda atravessa pro outro lado?
Por quê?
O uber na minha área ainda passa lotado?
Por quê?
Pareço suspeito
E vivo sendo abordado?
Estereotipo, de bandido
É minha cor que eu tô ligado!

Ganhamos pouco, pagamos caro
Em corda de prata, cabelo pintado
Nike, seaway, ou ciclonado
Autoestima de favelado!
Playboy assustado acelera o passo
Segurança no rádio ligado
Eu paro, encaro e te travo!
Paro, encaro e te travo!
Eu não aceito ser maltratado
Ganhamos pouco, pagamos caro
Ganhamos pouco, pagamos caro
Eu não aceito ser maltra-

Que a bandeira preta seja luta e não luto
Luto
Por que vidas negras importam!

Jenifer Cilene
Kauã Rozário
Kauan Peixoto
Kauê Ribeiro
Ketellen Umbelino
Ágatha Vitória
Anna Carolina
E João Pedro!

Dos 5 aos 14 anos
Quantos sonhos se perderam?
Condenados pelo Estado
Por crimes que não cometeram!

Que estejam em um bom lugar
Eu sinto, essa dor também é minha
Podia ser eu, seu filho ou sua filha

Justiça por Miguel!
E por todas essas famílias

Podia ser eu
Seu filho
Ou sua filha

Eu tenho medo do medo que você tem de mim
Eu tenho medo do medo que você tem

Miedo al miedo

Tengo miedo al miedo que tienes de mí
Tengo miedo al miedo que tienes

Quién sabe un día
Mamá en la comisaría
Esperando noticias mías
Llorando toda la noche

Pícaro, uniformado
Ni está preocupado
Con el tiempo que pasa
Pregunta por mis amigos
Si son bandidos
Y son mis compinches

Cómo estoy
De dónde venía, a dónde voy
Ella responde que no soy un bandido
Que no me crió para eso
Y él insiste: Cómo estoy
De dónde venía, a dónde voy
Y ella responde: Mi hijo no es un bandido
Y que no me crió para eso

Dime por qué me sigues
Me rodeas, intentas atraparme
Me esclavizas por mi color
¡Somos del mismo color!
Eso no lo ves

No queremos venganza
¡Justicia!
A los negros de las favelas
Llevados por la policía
Sin reconocimiento
Muriendo como indigentes
Ese es el retrato
De los afrodescendientes

¿Por qué?
¿Las tías ricas aún cruzan al otro lado?
¿Por qué?
¿El Uber en mi área aún pasa lleno?
¿Por qué?
Parezco sospechoso
Y vivo siendo abordado
Estereotipo de bandido
Es mi color, eso lo sé

Ganamos poco, pagamos caro
En cadena de plata, pelo pintado
Nike, seaway o cicloneado
Autoestima de favelado
El niño rico asustado acelera el paso
Seguridad en la radio encendida
Yo paro, te miro fijamente
Paro, te miro fijamente
No acepto ser maltratado
Ganamos poco, pagamos caro
Ganamos poco, pagamos caro
No acepto ser maltra-

Que la bandera negra sea lucha y no duelo
Duelo
¡Porque las vidas negras importan!

Jenifer Cilene
Kauã Rozário
Kauan Peixoto
Kauê Ribeiro
Ketellen Umbelino
Ágatha Vitória
Anna Carolina
¡Y João Pedro!

De los 5 a los 14 años
¿Cuántos sueños se perdieron?
Condenados por el Estado
Por crímenes que no cometieron

Que estén en un buen lugar
Siento que este dolor también es mío
Podría ser yo, tu hijo o tu hija

¡Justicia por Miguel!
Y por todas esas familias

Podría ser yo
Tu hijo
O tu hija

Tengo miedo al miedo que tienes de mí
Tengo miedo al miedo que tienes

Escrita por: Okado do Canal