Desculpe

Desculpe se não lhe agrada minha estampa de índio vago
Eu trago dentro do peito toda a glória do meu pago -
Sou quero-quero monarca, defensor desta querência,
Eu tenho o cheiro da terra perfumando minha existência!

Desculpe deste meu jeito meio quieto desconfiado
Não sou de pegar com a mão, pra chegar eu tenho lado
Não brinco com marimbondo, nem pactuo com carancho,
Não danço em baile de cobra, não abro porta de rancho!

Desculpe de minha tenência de gaúcho cantador
Eu só canto nos meus versos o que é nosso e tem valor
Não me troco pro promessa, nem bajulo figurão,
Eu venho de sangue farrapo forjado na tradição.

Desculpem de minha fama, o que dizem por ai
Eu sou do jeito que sou, me criei como nasci -
Eu sou a sombra do pago em qualquer lugar que ande
Eu sou a força da raça, crioula do meu rio grande.

Oh, lo siento

Lo siento si no te gusta mi vago impresión india
Traigo dentro de mi pecho toda la gloria de mi pago
Soy el monarca de los deseos, defensor de este deseo
¡Tengo el olor de la tierra perfumando mi existencia!

Lamento este tipo de forma silenciosa y sospechosa
No soy uno para tomarlo con mi mano, para llegar allí tengo un lado
No juego con Marimbondo, no estoy de acuerdo con un porquería
¡No bailo en una bola de serpiente, no abro la puerta de un rancho!

Disculpe a mi teniente como un gaucho cantante
Sólo canto en mis versos lo que es nuestro y tiene valor
No cambio por la promesa, y no halago grande
Vengo de sangre hecha jirones forjada en la tradición

Siento lo de mi fama, ¿lo que dicen?
Soy como soy, me crié como nací
Soy la sombra de la paga donde quiera que camine
Soy la fuerza de la raza, criollo de mi gran río

Composição: Honeide Bertussi