Meu Canivete

Eu tenho meu canivete foi presente do meu tio
Conservo como relíquia pelo que já me serviu

Meu canivete pitoco desde piá me acompanha
Fosse na festas do povo ou nas lidas de campanha

Descasquei cana de açúcar, laranja e abacaxi
Fiz forquilha de bodoque destripava lambari

Quando piá meu pai dizia pelo jeito e pelo estilo
Teu canivete meu filho só serve pra castrar grilo

Meu canivete eu trazia afiada que nem navalha
Com ele já castrei porco, piquei fumo, cortei palha

Dos meus pés quantos espinhos meu canivete tirou
Daria tropas e tropas os touros que já castrou

Meu canivete tá pitoco de tanto afiar em rebolo
Das facetas do passado a lembrança é um consolo

Eu e meu canivete entre ganhas e perdidas
Seguimos cortando rente as tristezas desta vida

Daria um talho maior que o maior dos bretes
Se me emendasse os talhos que já deu meu canivete

Mi navaja de bolsillo

Tengo mi navaja fue un regalo de mi tio
Lo guardo como reliquia por lo que ya me ha servido

Me acompaña mi picknife de la piá
Ya sea en fiestas populares o lecturas de campaña

Pele caña de azucar, naranja y piña
Hice un tenedor para un bodoque y destripé lambari

Cuando mi padre dijo por cierto y el estilo
Tu cuchillo mi hijo solo sirve para castrar al cricket

Tenía mi cuchillo afilado como una navaja
Con él he castrado cerdo, picado tabaco, cortado paja

¿Cuántas espinas me quitó el cuchillo de los pies?
Daría tropa y tropa los toros que ya han castrado

Mi navaja es genial por afilar una muela
De las facetas del pasado, el recuerdo es un consuelo

Yo y mi navaja entre ganados y perdidos
Seguimos acortando las penas de esta vida

Haría un corte más grande que el más grande de los bretes
Si pudieras reparar los cortes que ya dio mi cuchillo

Composição: Albino Manique / Bruno Neher