Infância Perdida

Perdido procuro os campos e poente multicor
Já não vejo pirilampos alumiando corredor
Sinto falta da bonança do meu sorriso criança
Resquícios de brisa mansa as laranjeiras em flor

(Nessa lembrança vem saudade da distância
A minha infância se bandeou pra o lado oposto
Vai derramando a pipa d'água de meus olhos
Deixando trilhas pelas rugas do meu rosto)

Cadê a tropa de mentira que jamais teve refugo
O meu lacinho de imbira boleadeiras de sabugo
A tropilha malacara se perdeu numa coivara
E meu potro de taquara me fugiu com laço e tudo

Perdi o caniço franzino nas águas turvas do açude
Rolou meu sonho menino que nem bolita de gude
Sumiu a estampa fagueira qual pandorga caborteira
Numa tarde domingueira campeando minha juventude

Com seu bodoque certeiro pacholice de piá
O mundo mal atraiçoeiro me abateu como a um sabiá
Nos alambrados da vida campeio a infância perdida
Que as arapucas bandidas deixaram ao Deus dará

Infancia Perdida

Perdido busco los campos y el oeste multicolor
Ya no veo luciérnagas parpadeando el pasillo
Extraño la bonanza de mi hijo sonriente
Restos de brisa suave los naranjos en flor

(En esta memoria viene el anhelo desde la distancia
Mi infancia ha sido unida al lado opuesto
Me estás echando la cometa de agua de los ojos
Dejando senderos a través de las arrugas de mi cara)

¿Dónde está la tropa de mentiras que nunca tuvo refugio?
Mi pequeño arco de bolleadas de saúco
La tropilha malacara se perdió en una coybara
Y mi potro de taquara se escapó con la soga y todo

He perdido mi caña en las turbias aguas de la presa
Rodeó mi niño soñado como un mármol
Falta la impresión fageira que pandorga caborteira
En un domingo por la tarde campeón mi juventud

Con tu goo derecho pacholice de piá
El malvado mundo traicionero me ha derribado como un tordo
En las cerdas de la vida voy a la infancia perdida
Que los trappucas bandidos han dejado a Dios le dará

Composição: João Pantaleão G. Leite