Velho Vaqueiro
Vejo uma nuvem de pó
Lá na curva do estradão
É poeira de boiada
Vindo lá do meu sertão
Eu vejo o boiadeiro
Montado em seu alazão
O toque do seu berrante
Machuca meu coração
Depois que a boiada passa
De novo eu fico tristonho
Então eu chego a pensar
Que tudo isso é um sonho
Eu entro no meu ranchinho
Neste deserto medonho
Choro de pranto a tristeza
Falo e não me envergonho
Eu também fui boiadeiro
E hoje eu não sou mais nada
O consolo que eu tenho
Ver a traia pendurada
Quando saio na janela
Eu olho lá na invernada
Aperta minha garganta
E a voz fica embargada
O meu cachorro campeiro
Amigo de vaquejada
Hoje também está velho
No finzinho da jornada
Estou no mesmo caminho
Sinto as pernas fraquejadas
E só terei o meu descanso
Na derradeira morada
Viejo Vaquero
Veo una nube de polvo
Allá en la curva del camino
Es polvo de la manada de ganado
Que viene desde mi tierra
Veo al vaquero
Montado en su alazán
El sonido de su berrante
Me hiere el corazón
Después de que la manada pasa
De nuevo me quedo triste
Entonces llego a pensar
Que todo esto es un sueño
Entro en mi ranchito
En este desierto aterrador
Lloro de tristeza
Hablo y no me avergüenzo
También fui vaquero
Y hoy no soy nada
El consuelo que tengo
Es ver el apero colgado
Cuando salgo a la ventana
Miro allá en el corral
Se me aprieta la garganta
Y la voz se me quiebra
Mi perro de campo
Amigo de las vaqujadas
Hoy también está viejo
En el final del camino
Estoy en el mismo sendero
Siento las piernas debilitadas
Y solo tendré mi descanso
En el último hogar