395px

Viejo Vaquero

Pardinho e Pardal

Velho Vaqueiro

Vejo uma nuvem de pó
Lá na curva do estradão
É poeira de boiada
Vindo lá do meu sertão

Eu vejo o boiadeiro
Montado em seu alazão
O toque do seu berrante
Machuca meu coração

Depois que a boiada passa
De novo eu fico tristonho
Então eu chego a pensar
Que tudo isso é um sonho

Eu entro no meu ranchinho
Neste deserto medonho
Choro de pranto a tristeza
Falo e não me envergonho

Eu também fui boiadeiro
E hoje eu não sou mais nada
O consolo que eu tenho
Ver a traia pendurada

Quando saio na janela
Eu olho lá na invernada
Aperta minha garganta
E a voz fica embargada

O meu cachorro campeiro
Amigo de vaquejada
Hoje também está velho
No finzinho da jornada

Estou no mesmo caminho
Sinto as pernas fraquejadas
E só terei o meu descanso
Na derradeira morada

Viejo Vaquero

Veo una nube de polvo
Allá en la curva del camino
Es polvo de la manada de ganado
Que viene desde mi tierra

Veo al vaquero
Montado en su alazán
El sonido de su berrante
Me hiere el corazón

Después de que la manada pasa
De nuevo me quedo triste
Entonces llego a pensar
Que todo esto es un sueño

Entro en mi ranchito
En este desierto aterrador
Lloro de tristeza
Hablo y no me avergüenzo

También fui vaquero
Y hoy no soy nada
El consuelo que tengo
Es ver el apero colgado

Cuando salgo a la ventana
Miro allá en el corral
Se me aprieta la garganta
Y la voz se me quiebra

Mi perro de campo
Amigo de las vaqujadas
Hoy también está viejo
En el final del camino

Estoy en el mismo sendero
Siento las piernas debilitadas
Y solo tendré mi descanso
En el último hogar

Escrita por: Neguinho / Tião Do Carro