Ponte (part. Marcus Viana)
Eu sou a semente, a poesia
Que borda e recria a luz do luar.
Sou parte da fauna, sou flora,
Sou vento e cascata, sou ave a voar.
Eu faço e desfaço o meu pranto,
Meu canto te cura e te faz respirar.
Sou ponte, sou mar, cachoeira,
Sou sol, ribanceira, sou chuva a chorar.
Desfaço as amarras e o pranto,
Semeio o meu canto, colho teu cantar.
Meus olhos de mel e doçura
São frutas maduras pro teu paladar.
Sou parte da tua verdade,
Da tua saudade e teus sonhos em flor.
Sou ponte da tua esperança,
Eterna criança, teu frio e calor.
Recolho as memórias do tempo,
Exalo um lamento a te surpreender.
Portal refletindo os meus olhos,
Eu riso a calma, a saudade a doer.
Sou parte do rio que foge
Das bandas do norte, deságua no mar.
Sou carne, sou bicho, sou gente,
Sou garras e dentes, cigarra a cantar.
Puente (part. Marcus Viana)
Soy la semilla, la poesía
Que borda y recrea la luz de la luna.
Soy parte de la fauna, soy flora,
Soy viento y cascada, soy ave volando.
Hago y deshago mi llanto,
Mi canto te cura y te hace respirar.
Soy puente, soy mar, cascada,
Soy sol, ribera, soy lluvia llorando.
Deshago las ataduras y el llanto,
Siembro mi canto, recojo tu cantar.
Mis ojos de miel y dulzura
Son frutas maduras para tu paladar.
Soy parte de tu verdad,
De tu añoranza y tus sueños en flor.
Soy puente de tu esperanza,
Eterno niño, tu frío y calor.
Recojo las memorias del tiempo,
Exhalo un lamento que te sorprende.
Portal reflejando mis ojos,
Río en calma, la añoranza doliendo.
Soy parte del río que huye
De las tierras del norte, desemboca en el mar.
Soy carne, soy animal, soy gente,
Soy garras y dientes, cigarra cantando.
Escrita por: Marília Abduani