Brancas e pretas

Num jogo de vida e de morte
As brancas e as pretas
Sobre o tabuleiro
Ali não há golpes de sorte
Se pensam jogadas
Destino certeiro

O quadro é um mar quadriculado
Sem ondas, parado
Porém de marés
Às vezes um passo mal dado
Um lance apressado
Resulta em revés

Os reis, as rainhas e os bispos
Dominam a cena
Com seu poderio
Da torre se avista o tablado
Peões trabalhando
Por horas a fio

O meu coração anda aos saltos
Parece um cavalo
No seu movimento
Selvagem e até traiçoeiro
Vai sem cavaleiro
Tabuleiro adentro

Parceiros
Duelam paciência
Por vezes se estranham
O amor e a ciência
As pedras ali não têm limo
E mudam de rumo
Por conveniência
Ou por não acharem saída
Não rolam, se deitam
No fim da partida

Blanco y negro

En un juego de vida y muerte
El blanco y el negro
En el tablero
No hay golpes de suerte allí
Si crees que se mueve
Destino correcto

El marco es un mar a cuadros
Sin olas, de pie quieto
Pero de mareas
A veces un mal paso dado
Un lanzamiento apresurado
Resultados en reveses

Reyes, reinas y obispos
Ellos dominan la escena
Con tu poder
Desde la torre se puede ver la tabside
Los peatones que trabajan
Durante horas de duración

Mi corazón está rebotando
Parece un caballo
En tu movimiento
Salvaje e incluso traicionero
Ir sin un jinete
Bandeja interior

Compañeros
Duel paciencia
A veces se ponen incómodos
Amor y ciencia
Las piedras no tienen limo
Y cambiar de rumbo
Para mayor comodidad
O porque no pueden encontrar una salida
No ruedan, se acuestan
Al final del partido

Composição: Paulinho da Viola / Sergio Natureza