No Fio da Solidão
Chairei as cordas da guitarra
Pra falquejar uma milonga
Em talhos finos de adaga
Tirei loncas da noite longa
Em Sol bemol foi o tom
Desse canto desassossego
Para cevar um mate bom
Na maciez de um pelego
Recortei brilhos do céu
Com minhas cordas afiadas
Ornamentei um mundéu
Pra te prender, prenda amada
Não vieste, minha amada
O que foi que aconteceu?
Te perdeste pela estrada
Ou teu amor já não é meu?
Nacos de Lua prateada
Dependurei num moirão
Pra alumiar a tua estrada
E te trazer ao meu galpão
O fio de tua saudade
Em corte frio de navalha
Desquina tentos de dor
Pra tecer minha mortalha
Na guitarra afinada
No esmeril da invernia
Recorto um por de Sol
Pra acender um novo dia
Recortei brilhos do céu
Com minhas cordas afiadas
Ornamentei um mundéu
Pra te prender, prenda amada
Não vieste, minha amada
O que foi que aconteceu?
Te perdeste pela estrada
Ou teu amor já não é meu?
En la Sombra de la Soledad
Chasqueé las cuerdas de la guitarra
Para tocar una milonga
En finos cortes de daga
Saqué trozos de la larga noche
En Sol bemol fue el tono
De este canto inquieto
Para cebar un buen mate
En la suavidad de un cuero
Recorté destellos del cielo
Con mis cuerdas afiladas
Adorné un mundo
Para atraparte, amada prenda
No viniste, mi amada
¿Qué pasó?
¿Te perdiste en el camino?
¿O tu amor ya no es mío?
Trozos de Luna plateada
Colgué en un poste
Para iluminar tu camino
Y traerte a mi galpón
El hilo de tu nostalgia
En un corte frío de navaja
Desgajo trozos de dolor
Para tejer mi mortaja
En la guitarra afinada
En el esmeril del invierno
Recorto un atardecer
Para encender un nuevo día
Recorté destellos del cielo
Con mis cuerdas afiladas
Adorné un mundo
Para atraparte, amada prenda
No viniste, mi amada
¿Qué pasó?
¿Te perdiste en el camino?
¿O tu amor ya no es mío?
Escrita por: Carlos Roberto Hahn