395px

1992

Quando Inhambú Cantou no Meu Quintal

1992

Vejo o futuro pela palma da minha mão
E bato palmas pro que vai acontecer
Como um concerto voz e violão
Assisto a tudo ouvindo a canção
E nesses últimos dez anos eu não me enganei
Muito menos menti
Mas como a vida logo passa
Já dizia minha avó!
Não há mais suco de goiaba
Nem pão de ló
Hoje eu estou em tantas casas
Longe do berço em que eu cresci
Só pra fazer o que me fez chegar aqui
Sem querer morrer
Entre capas de vinis e roupas rock n’ roll
Poesias de amor e ingressos de shows
E a canção que eu cantava para nós
Foi se perdendo a rouquidão da minha voz
E hoje acredito que a razão é algo para não acreditar
Eu fico sério pro agora
Sorrio pro que vem depois
O mundo encorajou uma garota em 92
Com um milhão de medos
E uma criança pra gerar
Que cresceu e chegou até aqui
Sem querer morrer
Em cada curva dessa estrada
Em cada passo que eu trilhei
Vai me trazer de volta
Quando eu adormecer

1992

Veo el futuro en la palma de mi mano
Y aplaudo lo que va a suceder
Como un concierto de voz y guitarra
Observo todo escuchando la canción
Y en estos últimos diez años no me equivoqué
Mucho menos mentí
Pero como la vida pasa rápido
Como decía mi abuela!
Ya no hay más jugo de guayaba
Ni bizcocho
Hoy estoy en tantas casas
Lejos de la cuna en la que crecí
Solo para hacer lo que me trajo hasta aquí
Sin querer morir
Entre portadas de vinilos y ropa rock and roll
Poemas de amor y entradas de conciertos
Y la canción que cantaba para nosotros
Se fue perdiendo la ronquera de mi voz
Y hoy creo que la razón es algo en lo que no creer
Me pongo serio para el ahora
Sonrío para lo que viene después
El mundo animó a una chica en el 92
Con un millón de miedos
Y un niño por venir
Que creció y llegó hasta aquí
Sin querer morir
En cada curva de esta carretera
En cada paso que di
Me traerá de vuelta
Cuando me duerma

Escrita por: Ricardo Santiago