Platônico

Vem, deixa o vento
Desarrumar você
É tão lindo você não saber
Quão lindos os fios caem
Na testa

Eu nem sei mais o que dizer
Pra te manter perto
Fico aqui a observar, discreto
Meu medo é ser muito
Direto

Pode entrar
Cuidado pra não tropeçar
Em tantas incertezas

Fica um pouco mais
Sem você é tão escuro
Deixa eu acender seu cigarro
Você nem viu, mas já me acendeu

Já me acendeu

Vem, deixa o tempo
Descompassar você
Eu queria lhe parar no tempo
E ser pra sempre seu
Sempre seu

É que eu não sei quando vou lhe ver
Já que eu não lhe tenho
Fico aqui a observar
Com tento
Me contento com meu devaneio

Pode entrar
Disfarço para sufocar
O meu desejo que era ver
Bem mais de você

Mas vou pensar
Mais de duas vezes
Antes de me arriscar
A sair do conforto
Dessa agridoce solidão
Solidão

Agridoce solidão
Agridoce solidão
Agridoce solidão
Agridoce solidão

Vem, deixa teu colo
Se aconchegar no meu
Poderia me emprestar seus lábios
Ao menos uma vez?
Ou mais de uma vez

platónico

Vamos, deja que el viento se vaya
Desordenarte
Es tan hermoso que no sabes
Qué hermosos se caen los hilos
En la frente

Ya ni siquiera sé qué decir
Para mantenerte cerca
Me quedaré aquí y observaré, discreta
Mi miedo es ser demasiado
Directo

Puedes entrar
Tenga cuidado de no tropezar
En tantas incertidumbres

Quédate un poco más
Sin ti es tan oscuro
Deja que encienda tu cigarrillo
Ni siquiera lo viste, pero me iluminaste

Me iluminó

Vamos, deja pasar el tiempo
Te descompensa
Quería detenerte a tiempo
Y ser para siempre tuyo
Siempre tuyo

No sé cuándo te veré
Ya que no te tengo
Me quedaré aquí y observaré
Con mi voluntad
Me conformo con mi sueño despierto

Puedes entrar
Disfraz para asfixiar
Mi deseo era ver
Mucho más de ustedes

Pero voy a pensar
Más de dos veces
Antes de arriesgarme
Saliendo de la comodidad
De esta soledad agridulce
Soledad

Soledad agridulce
Soledad agridulce
Soledad agridulce
Soledad agridulce

Vamos, suéltame el regazo
Si te acurrucas en mi
¿Me prestas tus labios?
¿Sólo una vez?
O más de una vez

Composição: Renato Enoch