Animais
Vim ter àquele sítio que te propus
Onde chegaste e ficaste interessado em saber o que me conduz
Animais no meu capuz
Que eu tapo a cabeça com o casaco
Mas recebo logo da outra luz
Tenho a minha aventura e a minha cruz no mesmo sítio
Passeio com os meus pensamentos
E levo-os todos ao princípio
Instalo e desinstalo os fundamentos
Para alargar os argumentos
Não fico só meus momentos
É mais que um exercício
Resumem-se palavras à prática de um ofício
E eu desuni tantas calmas
Construí uma sala de convívio
Onde a minha alma pode sediar-se
Ter tudo com o ou sem seriedade
Pode ser só leve e dar-se
Ou pode ser breve e como quem não teme
Preferir estar só
Parece diminutiva esta definição
Parece que estou aqui sentada a escrever só com uma mão
Mas não
Estou a enfrentar a minha anulação
Sem nenhuma distorção
Para uma vida sem desculpas
Inteira à procura de inspiração
Chamam-lhe mente criativa mas tudo o que eu digo existe
Eu só consigo ter uma perspetiva porque é um problema que persiste
Se eu dormisse, sem nunca tirar do corpo esta mania
Sem uma mão que me traduzisse
Eu não sei o que faria
Chamam-lhe mente criativa mas tudo o que eu digo existe
Eu só consigo ter uma perspetiva porque é um problema que persiste
Se eu dormisse, sem nunca tirar do corpo esta mania
Sem uma mão que me traduzisse
Eu não sei o que faria
Queres saber como me recompus
Eu cheguei a casa tomei um bom duche
Liguei o candeeiro escolhi um tom escuro
Abri a despensa comi um pacote de cajus
É uma ressaca de tabus
Coisas de que ninguém fala
A minha virtude é um processo
Mas priorizo sempre o esforço
Tenho vontade de dizer tudo
Mas paro primeiro para o almoço
Se não perco-me no futuro
Quando só importa aquilo que eu sei hoje
Pousa aí o teu casaco
Temos tanto para pôr em dia vem comigo à sala ao lado
Não sei em que tens pensado
Mas tenho desconfiado
Que tudo o que já vivemos
Pode estar relacionado
Chamam-lhe mente criativa mas tudo o que eu digo existe
Eu só consigo ter uma perspetiva porque é um problema que persiste
Se eu dormisse, sem nunca tirar do corpo esta mania
Sem uma mão que me traduzisse
Eu não sei o que faria
Chamam-lhe mente criativa mas tudo o que eu digo existe
Eu só consigo ter uma perspetiva porque é um problema que persiste
Se eu dormisse, sem nunca tirar do corpo esta mania
Sem uma mão que me traduzisse
Eu não sei o que faria
Animales
Vine a ese lugar al que te propuse
Donde llegaste y te interesaste en saber qué me impulsa
Animales en mi capucha
Que cubro mi cabeza con la chaqueta
Pero recibo pronto la otra luz
Tengo mi aventura y mi cruz en el mismo lugar
Paseo con mis pensamientos
Y los llevo todos al principio
Instalo y desinstalo los fundamentos
Para ampliar los argumentos
No me quedo solo en mis momentos
Es más que un ejercicio
Se resumen palabras a la práctica de un oficio
Y desuní tantas calmas
Construí una sala de convivencia
Donde mi alma puede alojarse
Tenerlo todo con o sin seriedad
Puede ser solo ligero y entregarse
O puede ser breve y como quien no teme
Preferir estar solo
Parece diminutiva esta definición
Parece que estoy aquí sentada escribiendo solo con una mano
Pero no
Estoy enfrentando mi anulación
Sin ninguna distorsión
Para una vida sin excusas
Entera en busca de inspiración
Quieren llamarle mente creativa pero todo lo que digo existe
Solo puedo tener una perspectiva porque es un problema que persiste
Si durmiera, sin nunca quitarme de encima esta manía
Sin una mano que me tradujera
No sé qué haría
Quieren llamarle mente creativa pero todo lo que digo existe
Solo puedo tener una perspectiva porque es un problema que persiste
Si durmiera, sin nunca quitarme de encima esta manía
Sin una mano que me tradujera
No sé qué haría
¿Quieres saber cómo me recompuse?
Llegué a casa, tomé una buena ducha
Encendí la lámpara, elegí un tono oscuro
Abrí la despensa, comí un paquete de marañones
Es una resaca de tabúes
Cosas de las que nadie habla
Mi virtud es un proceso
Pero siempre priorizo el esfuerzo
Tengo ganas de decirlo todo
Pero primero paro para almorzar
Si no, me pierdo en el futuro
Cuando solo importa lo que sé hoy
Deja tu chaqueta ahí
Tenemos mucho que ponernos al día, ven conmigo al salón de al lado
No sé en qué has estado pensando
Pero he sospechado
Que todo lo que hemos vivido
Puede estar relacionado
Quieren llamarle mente creativa pero todo lo que digo existe
Solo puedo tener una perspectiva porque es un problema que persiste
Si durmiera, sin nunca quitarme de encima esta manía
Sin una mano que me tradujera
No sé qué haría
Quieren llamarle mente creativa pero todo lo que digo existe
Solo puedo tener una perspectiva porque es un problema que persiste
Si durmiera, sin nunca quitarme de encima esta manía
Sin una mano que me tradujera
No sé qué haría
Escrita por: Francisco Rebelo, Rita Vian / Rita Vian