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Sin Tierra y Sin Rumbo

Ronaldo Viola e João Carvalho

Sem Terra e Sem Caminho

Eu entrena terra bruta, dei o sangue, dei a vida
Lá no chão joguei semente, na mesa virou comida
Eu estico roupa verde, aquela velha esquecida
Com a força de um leão, derramei suor no chão
Lutando pela nação, na balança colorida...

Vou correndo sempre vou, vou na terra investir
Maquinário financiado, trabalhando noite e dia
Eu trabalhava dobrava, o juros também crescia
Meu comprimisso subindo, valor da safra caindo
Não estava conseguindo, pagar o que eu devia...

Eu deitava e não dormia, me deu saudade da enxada
Com ela eu comprava tudo e ela não foi financiada
Lá no banco infelizmente estou devendo até o pescoço
Pra poder comer na janta, preciso vender o almoço
Levaram o filé mignon, eu fiquei roendo o osso...

Sei que o plano deu certinho, pros homens do colarinho
Estou sem terra e sem caminho, aqui no fundo do poço!
Me chamam de caloteiro, também de mau pagador
O agente financeiro quantas vezes me cobrou
Eu nunca fui desonesto, sempre fui trabalhador
Meu drama é verdadeiro, é grande meu desespero
Eu posso não ter dinheiro, mas caloteiro eu não sou!

Sin Tierra y Sin Rumbo

Trabajé la tierra bruta, di mi sangre, di mi vida
Sembré semillas en el suelo, en la mesa se convirtió en comida
Colgué la ropa verde, aquella vieja olvidada
Con la fuerza de un león, derramé sudor en el suelo
Luchando por la nación, en la balanza multicolor...

Corro siempre, invierto en la tierra
Maquinaria financiada, trabajando noche y día
Trabajaba y doblaba, los intereses también crecían
Mi deuda aumentaba, el valor de la cosecha disminuía
No podía pagar lo que debía...

Me acostaba y no dormía, extrañaba mi azada
Con ella compraba todo y no fue financiada
En el banco desafortunadamente debo hasta el cuello
Para poder cenar, debo vender el almuerzo
Se llevaron el filete, me quedé mordiendo el hueso...

Sé que el plan salió perfecto, para los hombres de cuello blanco
¡Estoy sin tierra y sin rumbo, en lo más profundo del pozo!
Me llaman moroso, también mal pagador
El agente financiero me ha cobrado tantas veces
Nunca fui deshonesto, siempre fui trabajador
Mi drama es real, mi desesperación es grande
Puede que no tenga dinero, ¡pero moroso no soy!

Escrita por: José Caetano Erba / Tião Do Carro