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Ateneo

Rui David

Ateneu

Ela pede que eu opine
Sobre o tom da popeline
Da saia marrom creme
Para o baile do Ateneu

E lança aquele olhar
Que indaga, que trespassa como adaga
A cota de malha do meu

E então eu finco pé
Pé ante pé
E, firme, afirmo reticente
Renitente e reto

Definitivamente, digo que é tal qual como é
E tiro um rombudo, redondo, rotundo
Indelével, inequívoco revés
Enfim digo, enfim afirmo, opino de uma vez

E ela fica impávida
Zonza, lívida
Quando eu digo que, sem dúvida
Sem margem para dúvida
Sem sombra de dúvida

Definitivamente, digo que é tal qual como é
E tiro um rombudo, redondo, rotundo
Indelével, inequívoco revés
Enfim digo, enfim afirmo, opino de uma vez

E ela fica impávida
Zonza, lívida
Quando eu digo que, sem dúvida
Sem margem para dúvida
Sem sombra de dúvida

Talvez

Ateneo

Ella me pide que opine
Sobre el tono de la popelina
De la falda marrón crema
Para el baile del Ateneo

Y lanza esa mirada
Que interroga, que atraviesa como daga
La cota de malla de mi

Y entonces afirmo con firmeza
Paso a paso
Y, firme, afirmo reticente
Renuente y recto

Definitivamente, digo que es tal cual como es
Y doy un rotundo, redondo, contundente
Indeleble, inequívoco revés
Finalmente digo, finalmente afirmo, opino de una vez

Y ella queda impávida
Aturdida, lívida
Cuando digo que, sin duda
Sin margen para duda
Sin sombra de duda

Definitivamente, digo que es tal cual como es
Y doy un rotundo, redondo, contundente
Indeleble, inequívoco revés
Finalmente digo, finalmente afirmo, opino de una vez

Y ella queda impávida
Aturdida, lívida
Cuando digo que, sin duda
Sin margen para duda
Sin sombra de duda

Quizás

Escrita por: Miguel Araújo