395px

Peón Sin Suerte

Silveira e Barrinha

Peão Sem Sorte

Fui chamado certo dia
Na fazenda do Pedroso
Pra domá dezoito macho
Todos eles perigoso

Encontrei entre os dezoito
Um que era revoltoso
E confesso que esse bicho
Me deixou meio nervoso

Num domingo bem cedinho
Fui entrando na mangueira
Joguei o laço no potro
Ele saiu na poeira

Eu joguei nova laçada
Parecia brigadeira
Mas o potro era ligeiro
Eu fiz nova vergonheira

Eu fiz nova tentativa
Desta vez eu acertei
Depois de limpo o cachimbo
Pus o lombio e montei

O peão pulou furtado
Pulo que eu não esperei
Eu nem não sei explicar
Como foi que endireitei

Lá de cima da porteira
Uma moça me gritou
Muito bem grande peão
Gostei mesmo do senhor

A filha do fazendeiro
Um brotinho encantador
E mais tarde no meu peito
Uma rosa ela ponhou

Esta flor que ela ponhou
Não tirei mais da lapela
Ela quis casar comigo
E eu quis casar com ela

Mas não pude possuir
Esta morena donzela
Domei os dezoito macho
Mas não domei o pai dela

Peón Sin Suerte

Un día fui llamado
A la hacienda de Pedroso
Para domar dieciocho potros
Todos peligrosos

Entre los dieciocho encontré
Uno que era rebelde
Y confieso que ese animal
Me puso un poco nervioso

Un domingo muy temprano
Entré al corral
Lancé el lazo al potro
Y salió levantando polvo

Lancé de nuevo
Parecía fácil
Pero el potro era veloz
Y cometí otro error

Intenté una vez más
Esta vez acerté
Después de limpiar mi pipa
Puse el lomillo y monté

El peón saltó sorpresivamente
Un salto que no esperaba
No sé explicar
Cómo me enderecé

Desde lo alto de la cerca
Una chica me gritó
Muy bien, gran peón
Me gustaste mucho

La hija del hacendado
Una niña encantadora
Y más tarde en mi pecho
Puso una rosa

La flor que ella puso
No la saqué de mi solapa
Ella quiso casarse conmigo
Y yo quise casarme con ella

Pero no pude poseer
A esta morena doncella
Domé los dieciocho potros
Pero no domé a su padre

Escrita por: Anacleto Rosas Jr. / Arlindo Pinto