Zeca Bigode
Massa do peito com batata doce
Me faz lembrar os pagos do Itaqui
Zeca Bigode serve na madruga
Com as percantas meio por ali
E a cordiona sonolenta e chora
Nas mãos do velho Martin Virocay
Tocando aquela rancheirita sua
De acordar a costa do Uruguai
E o Candinho, bolicheiro amigo
Conhecedor da canha de barril
Espicha o braço alcançando o frasco
Para enticar com o Balada do rio
E o Ambrósio na de vinte e quatro
Gaita que pede pra ninguém sair
Quem foi criado na Ilha Quadrada
Há de morrer pegado no Itaqui
Zeca Bigode, irmão de fronteira
Deus te conserve eterno guardião
Assando carne, servindo cachaça
E acostumando com teu chimarrão
Quando orares velho Zeca, amigo
Tu não esquece do teu companheiro
Que repartia as canchas contigo
Como a fumaça do mesmo palheiro
Zeca Bigode
El guiso de pecho con batata dulce
Me hace recordar los pagos de Itaqui
Zeca Bigode sirve en la madrugada
Con las chicas por ahí
Y la acordeón somnolienta llora
En las manos del viejo Arte Mirocai
Tocando esa rancherita suya
Que despierta la costa de Uruguay
Y el Candinho, amigo bolicheiro
Conocedor del aguardiente de barril
Estira el brazo alcanzando la botella
Para brindar con el Balada del río
Y el Ambrósio en la de veinticuatro
Gaita que pide que nadie se vaya
Quien fue criado en la Isla Cuadrada
Ha de morir pegado en Itaqui
Zeca Bigode, hermano de frontera
Dios te conserve eterno guardián
Asando carne, sirviendo cachaça
Y acostumbrándote a tu mate
Cuando ores viejo Zeca, amigo
No te olvides de tu compañero
Que compartía los campos contigo
Como el humo del mismo galpón
Escrita por: Telmo de Lima Freitas