Caboclo
Nunca se ria seu moço
De vê um caboclo calado
Porque tudo neste mundo
Tem sentimento guardado
E não faça caçoada
Do sofrê desse coitado
É seu patrício seu moço
É um brasileiro apurado
Aquilo que vancê veste
E tudo que vancê come
Vem da mão desse caboclo
Vem do suor desse home
Que traz a sua coieita
Que na cidade consome
Muitas vez pra lhe servi
Lá no sertão passa fome
Quando chega de tardinha
Vorta pro rancho cansado
O Sór lá por trás do morro
Vai descendo avermeiado
Logo o brio das estrela
Espaia pro seu roçado
Este caboclo seu moço
É brasileiro apurado
Não faça pouco seu moço
Do roceiro már trajado
É ele que pega a enxada
Virando o chão ressecado
Aperte sua mão grossa
Óia em seu rosto queimado
É seu patrício seu moço
É brasileiro apurado
Caboclo
Nunca te rías, amigo
De ver a un mestizo callado
Porque todo en este mundo
Guarda sentimientos
Y no te burles
Del sufrimiento de este desdichado
Es tu compatriota, amigo
Es un brasileño de pura cepa
Lo que tú vistes
Y todo lo que comes
Viene de la mano de este mestizo
Viene del sudor de este hombre
Que trae su cosecha
Que en la ciudad se consume
Muchas veces para servirte
En el sertón pasa hambre
Cuando llega al atardecer
Vuelve al rancho cansado
El sol detrás de la colina
Se va poniendo rojizo
Pronto el brillo de las estrellas
Se expande por su plantación
Este mestizo, amigo
Es un brasileño de pura cepa
No menosprecies, amigo
Al campesino mal vestido
Es él quien toma la azada
Volteando la tierra reseca
Aprieta su mano áspera
Mira su rostro quemado
Es tu compatriota, amigo
Es un brasileño de pura cepa
Escrita por: Anacleto Rosas Jr. / Capitão Balduino