Lisboa À Noite

Lisboa adormeceu, já se acenderam
Mil velas nos altares das colinas
Guitarras pouco a pouco emudeceram
Cerraram-se as janelas pequeninas

Lisboa forme um sono repousado
Nos braços voluptuosos do seu Tejo
Cobriu-a a colcha azul do céu estrelado
E a brisa veio, a medo, dar-lhe um beijo

Lisboa
Andou de lado em lado
Foi ver uma toirada
Depois bailou... bebeu...
Lisboa
Ouviu cantar o fado
Rompia a madrugada
Quando ela adormeceu

Lisboa não parou a noite inteira
Boémia, estouvanada, mas bairrista
Foi à sardinha assada lá na Feira
E à segunda sessão duma revista

Dali pró Bairro Alto então galgou
No céu a lua cheia refulgia
Ouviu cantar a Amália e então sonhou
Que era a saudade aquela voz que ouvia

Lisboa
Andou de lado em lado
.... .... ....

Lisboa por la noche

Lisboa se quedó dormida, ya encendida
Mil velas en los altares de las colinas
Las guitarras poco a poco se han silenciado
Las pequeñas ventanas están cerradas

Lisboa forma un sueño reparador
En los brazos voluptuosos de tu Tajo
La cubrió en el colcha azul del cielo estrellado
Y la brisa vino, con miedo, para darte un beso

Lisboa
Se busca de lado a lado
Fui a ver una toirada
Luego bailó... bebió
Lisboa
Oíste cantar fado
Rompiendo el amanecer
Cuando se quedó dormida

Lisboa no se detuvo toda la noche
Bohemia, descaradamente, pero barrios
Fue a las sardinas asadas en la feria
Y a la segunda sesión de una revista

Desde allí hasta el Bairro Alto y luego cabalgó
En el cielo la luna llena refulgia
Escuchó cantar a Amalia y luego soñó
Que era el anhelo esa voz que oí

Lisboa
Se busca de lado a lado
¿Qué?

Composição: Carlos Dias / Fernando Santos