Aço/Osso
Cê tem um sonho lindo e todos podem lhe ajudar
Diferente do meu pelo qual só eu posso lutar
Por isso muito cuidado para não afastar
Às vezes é seu modo de agir, às vezes seu modo de falar
Se eu não fizesse música no meu único tempo livre
Eu nem estava mais aqui
Se você não estuda pra concurso ou não tem uma peixada
Cê tá fudido nesse Piauí
Cê não faz ideia do que eu ouço de besteira
Quando digo que misturo rock com swingueira
Nego tira sarro, manda meme, mó zueira
Roquistas apegados ao datado rock pauleira
E eu já nem discuto mais porque enfim
Nego se dói quando falo mal
De quem ainda hoje paga pau
Pra Narguilé, Roque Moreira e Mano Crispim
Bandas que já nem existem mais
Bandas de dez mil anos atrás
Foda-se o seu saudosismo ou se essa minha atitude só vai me isolar
A música do Piauí nunca foi grande coisa
Fui eu nessa porra quem começou a mudar
Geração TrisTherezina em todos os sites nacionais arrochando
Meu primeiro disco em uma porrada de listas de fim de ano
E ainda é só o começo
Nesse início não precisei pagar o preço
De ter que ir embora pra sofrer e ir criar calo
Morar no Rio ou em São Paulo
Como tantos daqui já foram
Como ainda hoje parece necessário
Dos velhos baianos ao Cidadão Instigado
Artistas grandes que não conseguiram descentralizar a porra do mercado
Por isso um salve pro Don L, Diomedes e um salve pro Baco
Enquanto as bandas da cena arrotam profundidade
Com músicas de três versos sem muito arranjo, tudo ruim
Depois que alcançam certa visibilidade
Parece que acaba a criatividade e anunciam o fim
Beleza, pra eles foi tudo muito fácil
Eu ainda tou no caminho
Com o Jeza da Pedra, o Zé Bigode, Theuzitz
É, eu não tou sozinho
Todo dia conversando sobre conquistar mais público
Fazer a melhor música mesmo não sendo o melhor músico
Nem gravando com os instrumentos mais caros
Muito menos nos grandes estúdios
Odiando quem manda papo de que a gente não precisa se levar a sério demais
Quando a música é a única coisa que importa nessa vida
Sendo o único meio de eu me sentir poeta e ainda fazer política
Como Mano Brown faz
Aço/Hueso
Tienes un sueño hermoso y todos pueden ayudarte
Diferente al mío por el cual solo yo puedo luchar
Por eso ten mucho cuidado de no alejar
A veces es tu forma de actuar, a veces tu forma de hablar
Si no hiciera música en mi único tiempo libre
Ya no estaría aquí
Si no estudias para un concurso o no tienes un enchufe
Estás jodido en este Piauí
No tienes idea de las tonterías que escucho
Cuando digo que mezclo rock con música de baile
La gente se burla, envía memes, pura broma
Los rockeros aferrados al rock pauleira pasado de moda
Y ya ni discuto más porque al final
La gente se ofende cuando hablo mal
De los que todavía hoy admiran
A Narguilé, Roque Moreira y Mano Crispim
Bandas que ya ni existen
Bandas de hace diez mil años
Que les den a tu nostalgia o si mi actitud solo me va a aislar
La música de Piauí nunca fue gran cosa
Fui yo quien empezó a cambiar esta mierda
Generación TrisTherezina en todos los sitios nacionales rompiendo
Mi primer disco en un montón de listas de fin de año
Y esto recién empieza
Al principio no tuve que pagar el precio
De tener que irme para sufrir y hacerme duro
Vivir en Río o en São Paulo
Como tantos de aquí se fueron
Como aún hoy parece necesario
Desde los viejos baianos hasta Cidadão Instigado
Grandes artistas que no pudieron descentralizar el mercado de mierda
Por eso un saludo a Don L, Diomedes y un saludo a Baco
Mientras las bandas de la escena presumen de profundidad
Con canciones de tres versos sin mucho arreglo, todo mal
Después de alcanzar cierta visibilidad
Parece que se acaba la creatividad y anuncian el fin
Bueno, para ellos todo fue muy fácil
Yo todavía estoy en el camino
Con Jeza da Pedra, Zé Bigode, Theuzitz
Sí, no estoy solo
Todos los días hablando de cómo ganar más público
Haciendo la mejor música aunque no sea el mejor músico
Sin grabar con los instrumentos más caros
Mucho menos en los grandes estudios
Odiando a los que dicen que no debemos tomarnos demasiado en serio
Cuando la música es lo único que importa en esta vida
Siendo la única forma de sentirme poeta y hacer política
Como lo hace Mano Brown
Escrita por: Valciãn Calixto