O 1º MC Português

Ele diz, podes entrar Floribela
Ela passa por ele e ele olha po’ booty dela
Rabo diferenciado, parece que foi ampliado
Arrepiado ele fez cara de quem quer dar uma mordidela
O andar dela já o ‘tá a desgraçar
Ela olha pa ‘trás e ele tenta disfarçar
Ficou sem jeito sentiu que foi apanhado e
Como um suspeito, larga um sorriso acanhado e
Fala do céu cinzento e do tempo chuvoso
Pa’ ver se alivia o momento embaraçoso
Ela fala do vento, diálogo infrutuoso
Diz que amanhã o tempo será mais impiedoso
Não se importa de estar na conversa merdosa, mantém a nota
Mas nota-se muito que está bem nervosa
Não contava em baquiar, fraquejar
Não diz uma frase sem gaguejar
Põe uma mão na almofada e começa a espremer
E fecha a outra mão pra’ ver se deixa de tremer
Aceleração cardíaca sufocante
Transpiração respiração ofegante

Inquieta com uma mão na mala a outra no cabelo
Ela fala mas não consegue olhar nos olhos dele
Diz que a irmã Lúcia também acha que ele é o maior
Mas ela é a única que sabe todas as músicas de cor
Diz que até cantava mas não quer ser atrevida
Diz que canta tão mal que tem medo de ser agredida
Mas diz que a mãe gosta e até fica aturdida
Ela diz que canta todas, ele diz que não acredita
Pede-lhe pa’ cantar pa’ ver se desaparece a descrença
Ela diz que dispensa fazer figuras porque ’tá muito tensa
Diz que seria uma ofensa seria um momento triste
Ele sente o acanhamento dela mas ri-se e insiste

Nesta selva, coragem, pra seres tu mesmo nesta selva

Desfilou uma voz rouca com um timbre esbelto
Ele ficou louco, quieto, boquiaberto
Diz: “A tua performance merece champanhe
Nunca pensei que cantasses tão bem”
Não és como as rainhas da cocada, tens a voz dourada
Mereces ser honorada, ela ficou logo corada
Se ela lançasse um disco todos ficavam reduzidos
Abafaria todos, seria um genocídio
Canta com mestria, ele nunca teria deduzido
Melodia na voz dela, deixou-o mais seduzido
Canta a donzela, língua dele congela
Ele já só pensa em enrolar-se com ela
Tantos atributos deixaram-no abalado
Embalado só pensa em dominá-la e possui-la
Ele fica quase um minuto calado
Ralado a pensar como irá provocá-la e seduzi-la

Diz que ela tem a voz da Rosa Atalaia
Pergunta se ela quer um coche de Moskovskaya
Ela sorri e diz que de vodka nunca foge
Diz que bebida é droga mas pode beber um coche
Ele diz: É suave, não precisas de ter cautela!
Tranquiliza-a enquanto enche o copo dela
Diz que ela é singela, encantadora, arrebatadora e
Pergunta se ela não sonha ser cantora
Ela diz que se fosse nunca se desleixaria
Ela até sonha mas sabe que o pai não deixaria
Ela até entende o pai por isso nunca se queixaria
O presente e o futuro dela é vender na peixaria
Ela bebe enquanto lamenta-se à janela
Ele tenta pôr mais vodka no copo dela
Ela sente os sinais, ele é igual aos demais
Afasta o copo e diz que já não quer mais
Vê que ele quer embebedá-la pa’ furnicá-la
Camasutrá-la na cama, fulminá-la
Vê que ele quer embebedá-la pa’ furnicá- la
Infernizá-la na cama e fulminá-la

Coragem, pra seres tu mesmo nesta selva
Coragem, pra seres tu mesmo nesta selva

Clima radiante e amoroso
Ele levou-a a um restaurante glamoroso
Colorida ela ofusca toda a gente
Veio vestida principescamente
Restaurante num dos prédios pombalinos
Eles já todos vibrantes e descontraídos
Vinho já todo bebido, jantar de arromba
Eles comeram até ficarem combalidos
Noite terminada e ela emocionada
Estava intencionada e ele não tentou nada, nada
Maroto quis guardar a ousadia
Combinaram outro dia e outro dia e outro dia
E noutro dia lá no jardim aromático
Os dois loucos no sexo acrobático
Lembras-te no jardim aromático
Nós dois no sexo acrobático

Coragem, pra seres, tu mesmo, nesta selva

O parto ’tá iminente, corpo debilitado
Vai começar, o colo do útero completamente dilatado
Ela sente uma dor hedionda, vê aumentar as palpitações
E sente-se, cada vez mais frágil, tonta e cheia de contrações
O feto já desce pelo canal vaginal
No hospital é o primeiro parto do período matinal
Barulhenta, quarenta minutos de horrores
Turbulenta, liberta vários odores
O líquido da placenta corre na vagina sangrenta
Pura tormenta ela grita e diz que não aguenta com tantas dores
Tentam acalmá-la ela ‘tá muito frenética, elétrica
E a médica da lhe outra injeccão analgésica
E diz que com tanto esforço o bebé sairá forte, lindo
O bebé sairá rugindo e ela diz: Que Deus a ouça!
Abdómen vai contraindo o útero vai-se expandindo
A médica vai gerindo tudo e pede lhe pa'fazer mais força

Força! Força!

O pai tá nos corredores em gritaria e desabafos, louco
Quer assistir ao parto quase provoca desacatos, louco
O polícia tira o cacetete e começa a ostentá-lo
Ele vira as costas e o polícia nervoso expulsa-o do hospital
Na sala de parto ela grita e tenta dar-lhe com mais fé
Num ápice na vagina já se vê a cabeça do bebé
A enfermeira segura – o e sente a aura angelical
Delicada e logo a seguir corta o cordão umbilical

Antes da letra, do flow ou da imagem
Ser MC é uma questão de coragem
Sempre uma questão de honestidade
Tu tens coragem de dizer a verdade
Já sabemos que tu és memorável
Mas tens coragem pa' te mostrar vulnerável
Coragem pa' andar como os sonhadores
Cantar o que sentes sem ter seguidores
Coragem pa' habitar no desconforto
Quem tem coragem de não viver para os outros
Pra ti que és Mulher 'tas na barricada
Tu tens coragem pa' ser emancipada
Larga esse trabalho e essa vida mediana
Quem tem coragem pa’ viver do que ama
Antes da letra, do flow, ou da imagem
Ser MC é uma questão de coragem

Se fiel a ti, sê fiel a ti, coragem, coragem
Se fiel a ti, sê fiel a ti, coragem, coragem

Sei como é duro ser real aqui
Quem tem coragem de ser MC
Coragem pa’ florescer
E de ser fiel a si mesmo até morrer

El 1er MC Portugués

Dice que puedes venir a Floribela
Ella pasa junto a él y él se ve po “botín ella
Cola diferenciada, parece que se ha agrandado
La piel de gallina que hizo la cara de alguien que quiere morder
Su caminar ya lo está deshonrando
Ella se ve pa “detrás y trata de disfrazar
Se quedó sin esperanza, se sintió como si fuera atrapado y
Como sospechoso, deja caer una sonrisa tímida y
Habla del cielo gris y el clima lluvioso
Pa “ver si alivia el momento embarazoso
Ella habla del viento, diálogo infructuoso
Dice que mañana el clima será más despiadado
No te importa estar en la charla, guarda la nota
Pero puedes ver mucho que estás muy nervioso
No contaba con halagadores, debilitados
No dices una frase sin tartamudear
Ponga una mano sobre la almohada y comience a apretar
Y cierra la otra mano para ver si deja de temblar
Aceleración cardíaca sofocante
Sibilancias transpirantes

Inquieto con una mano en la maleta la otra en el cabello
Ella habla, pero no puede mirarlo a los ojos
Dice que la hermana Lucía también cree que es el mejor
Pero ella es la única que conoce todas las canciones de memoria
Dice que cantó, pero no quiere ser descarada
Dice que canta tan mal que teme ser agredida
Pero dice que a su madre le gusta e incluso se aturde
Ella dice que los canta todos, él dice que no cree
Se le pide pa “cantar pa” ver si la incredulidad desaparece
Dice que no quiere hacer fotos porque “está demasiado tensa
Dice que sería una ofensa. Sería un momento triste
Se siente tímido pero se ríe e insiste

En esta selva, coraje, para ser tú mismo en esta selva

Desfiló una voz ronca con un timbre delgado
Se volvió loco, callado, sin problemas
Di: “Tu actuación merece champán
Nunca pensé que cantaras tan bien "
No eres como las reinas de la cocada, tienes una voz dorada
Mereces ser honrada, ella se sonrojó de inmediato
Si ella lanzara un disco, todo el mundo se vería reducido
Amasaría a todos, sería genocidio
Canta con maestría, nunca habría deducido
Melody en su voz lo hizo más seducido
Canta a la doncella, su lengua se congela
Todo lo que piensa es llevarse bien con ella
Tantos atributos le han sacudido
Empaquetado sólo piensa en dominarlo y poseerlo
Está casi un minuto tranquilo
Me preocupa cómo vas a burlarte de ella y seducirla

Dice que tiene la voz de Rosa Atalaia
Pregunte si quiere un carruaje de Moskovskaya
Sonríe y dice que el vodka nunca se escapa
Dice que el alcohol es drogas, pero puede tener un carruaje
Él dice: ¡Es suave, no tienes que tener cuidado!
La calma mientras ella llena su vaso
Dice que es simple, encantadora, barrena y
Pregúntale si no sueña con ser cantante
Dice que si lo fuera, nunca sería descuidada
Incluso sueña, pero sabe que su padre no la dejaría
Incluso entiende a su padre para que nunca se quejara
Su presente y futuro se vende en la pescadería
Ella bebe mientras llora en la ventana
Intenta poner más vodka en su vaso
Ella siente las señales, él es igual que los demás
Guarda el vaso y di que ya no lo quieres
Ver que él quiere conseguir su pa borracho “furnicar su
Colócala en la cama, dale una palmada
¿Ves que quiere emborracharla por furnicá- ella?
Infiriendo su en la cama y fulminando su

Coraje, para ser tú mismo en esta selva
Coraje, para ser tú mismo en esta selva

Clima radiante y amoroso
La llevó a un restaurante glamoroso
Colorido ella eclipsa a todos
Ella vino vestida principalmente
Restaurante en uno de los edificios de Pombalina
Ya todos vibrantes y relajados
Vino ya todo borracho, cena elegante
Comían hasta que eran compasivos
La noche terminó y ella se emocionó
Lo dije en serio, y él no intentó nada, nada
Travieso quería mantener su audacia
Acordaron otro día y otro día y otro día
Y el otro día en el jardín aromático
Las dos locas en acrobacia sexual
Recuerde en el jardín aromático
Los dos en las relaciones sexuales acrobáticas

Coraje, para ser tú mismo en esta selva

El parto es inminente, el cuerpo debilitado
Comenzará, el cuello uterino completamente dilatado
Ella siente un dolor atroz, ve aumento de las palpitaciones
Y te sientes cada vez más frágil, mareado y lleno de contracciones
El feto ya desciende a través del canal vaginal
En el hospital es el primer parto del período de la mañana
Ruidoso, cuarenta minutos de horrores
Turbulente, libera varios olores
El líquido de la placenta fluye hacia la vagina sanguinolenta
Pura tormenta grita y dice que no puede soportar tanto dolor
Tratan de calmarla, es muy frenética, eléctrica
Y el doctor te dio otra inyección analgésica
Y dice que con tanto esfuerzo el bebé saldrá fuerte, hermoso
El bebé rugirá y ella dice: “¡Que Dios la oiga!
Abdomen se contrae el útero se expandirá
El médico maneja todo y le pide que haga más fuerza

¡Vamos, vamos, vamos! ¡Vamos, vamos, vamos!

Papá está en los pasillos gritando y respirando, loco
¿Quieres ver el parto casi causa conuncesos, loco
El policía se quita el palo y empieza a alardearlo
Se da la espalda y el policía nervioso lo saca del hospital
En la sala de partos grita y trata de darle más fe
De un vistazo en la vagina se puede ver la cabeza del bebé
La enfermera sostiene — el y siente el aura angelical
Delicado y luego corta el cordón umbilical

Antes de la letra, el flujo o la imagen
Ser MC es una cuestión de coraje
Siempre una cuestión de honestidad
Tienes las agallas para decir la verdad
Ya sabemos que eres memorable
Pero tienes las agallas para mostrarte vulnerable
Coraje pa 'caminar como soñadores
Cantando lo que sientes sin tener seguidores
Coraje pa 'morar en la incomodidad
¿Quién tiene el valor de no vivir para los demás?
Para ustedes que son mujeres en la barricada
Tienes las agallas para ser emancipado
Deja ese trabajo y esa vida promedio
¿Quién tiene coraje pa “vivir de lo que ama
Antes de la letra, el flujo o la imagen
Ser MC es una cuestión de coraje

Si eres fiel a ti, sé fiel a ti mismo, coraje, coraje
Si eres fiel a ti, sé fiel a ti mismo, coraje, coraje

Sé lo difícil que es ser real aquí
¿Quién tiene el valor de ser MC?
Coraje pa “floración
Y ser fiel a ti mismo hasta que mueras

Composição: Valete