395px

Veredas de la Concepción

Worlen Kaizer

Veredas da Conceição

Moça do meu sertão
Moça, esse teu cheiro
De flor de janeiro
Moça do céu que desaba
No pau da enxada
Corta no chão profundo
Descalça no mundo
De barro se faz

Molha de olhar que arrepia
De bida vazia
À beira do fogão
Moça eu não sei tua história
Nem seu nome ou inglórias
Mas entendo porém
Que as marcas que tem
Lhe reduzem caminha
Lhe ferindo espinhos
Lha trazendo aflições
Com a boca bonita
Passa a ser rapariga
Em bordel do sertão

Moça de silêncio de fez
Inocência talvez
Força e imposição
Do marido ou patrão
Patriarcas severos
Donos dos céus e terra
A esperança se vai
Em um grave não!

Veredas de la Concepción

Chica de mi tierra
Chica, este tu aroma
De flor de enero
Chica del cielo que cae
En el mango de la azada
Corta en el suelo profundo
Descalza en el mundo
De barro se hace

Moja de mirada que eriza
De vida vacía
Al borde del fogón
Chica, no sé tu historia
Ni tu nombre o deshonras
Pero entiendo sin embargo
Que las marcas que tienes
Te limitan el camino
Hiriéndote con espinas
Trayéndote aflicciones
Con la boca bonita
Pasa a ser mujerzuela
En el burdel del sertón

Chica de silencio se hizo
Inocencia tal vez
Fuerza e imposición
Del marido o patrón
Patriarcas severos
Dueños de cielos y tierra
La esperanza se va
En un rotundo no!

Escrita por: