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Lampião da Morte

Zé Tapera e Teodoro

Lampião da Morte

Pessoar do céu, tamo perdido, o bando de Lampião tá invadindo a cidade
Me vale padre Cícero do Juazeiro”

Assim era a vida que antes levava
O povo sofrido das bandas do norte
Porque a justiça por lá não havia
Somente existia a lei do mais forte

Se ouve é o pranto da mãe pelo filho
Enquanto as viúvas reclama da sorte
Porque na cidade estava em visita
O bando maldito do Lampião da morte

Cumpadre Lampião, a cidade tá cheinha de mulé bunita
E nóis não temo mulé nem pra pregá butão na nossa roupa
Então vamo fazê um negócio
Cada um vai escolhê uma mulé pra acompanhá nossas andança
Se dois cabra escolhê a mesma mulé ela tem que sê disputada na peixeira
O vencedor fica com ela
O perdedor se ainda tivé vivo vai escolhê outro mulé
Mas ai daquele que botá os zóio na Maria Bunita
A mulé do sapatêro, aquela bichinha é muito minha
Ouviram seus cabra da peste?

E desde esse dia Maria Bonita
Deixou seu marido e seguiu Virgulino
De dona de casa virou bandoleira
Herdou do Lampião o maldito destino

Porém a polícia em grande escolta
Andava em trincheira no chão nordestino
Era a justiça que estava chegando
Para destruir este bando assassino

Cumpadre Lampião, chegou a nossa hora, temo cercado de polícia pra tuda a banda
Nada de tremedeira, seus cabra da peste
Vamo enfrentá a polícia de home pra home, vamo arrasá com esses cabra
Não adianta resisti, Lampião, entregue-se, você está perdido
E só me entrego depois de morto, não quero caí vivo na mão da lei, quero não!
Então prepare-se Lampião, lá vai fogo!

E uma descarga de chumbo certeiro
Deixou Virgulino sem vida no chão
Alguns desordeiros tombaram feridos
E outros sumiram naquele sertão

Maria Bonita morreu no combate
A sua cabeça foi pra exposição
E o povo do norte gritava na rua
Tenente Bezerra apagou o Lampião

Lampião da Morte

Gente del cielo, estamos perdidos, la banda de Lampião está invadiendo la ciudad
Me importa un comino el Padre Cícero de Juazeiro```

Así era la vida que solían llevar
La gente sufrida de las tierras del norte
Porque la justicia no existía por allá
Solo prevalecía la ley del más fuerte

Se escucha el llanto de la madre por su hijo
Mientras las viudas se quejan de su suerte
Porque en la ciudad estaba de visita
La maldita banda de Lampião da Morte

Compadre Lampião, la ciudad está llena de mujeres bonitas
Y nosotros no tenemos ni una mujer para coser un botón en nuestra ropa
Así que hagamos un trato
Cada uno elegirá una mujer para acompañarnos en nuestras andanzas
Si dos hombres eligen a la misma mujer, tendrán que disputarla a cuchillo
El ganador se queda con ella
El perdedor, si aún está vivo, elegirá a otra mujer
Pero cuidado con aquel que mire a María Bonita
La mujer del zapatero, esa chica es solo mía
¿Escucharon, hombres de la peste?

Y desde ese día María Bonita
Dejó a su marido y siguió a Virgulino
De ama de casa se convirtió en bandolera
Heredó de Lampião el maldito destino

Pero la policía en gran escolta
Patrullaba en trincheras por el suelo nordestino
Era la justicia que estaba llegando
Para destruir a esta banda asesina

Compadre Lampião, ha llegado nuestra hora, estamos rodeados de policía por todos lados
Nada de temblor, hombres de la peste
Vamos a enfrentar a la policía hombre a hombre, vamos a acabar con estos hombres
No sirve resistir, Lampião, entrégate, estás perdido
¡Y yo solo me entrego después de muerto, no quiero caer vivo en manos de la ley, no quiero!
¡Así que prepárate, Lampião, ahí va el fuego!

Y una descarga de plomo certera
Dejó a Virgulino sin vida en el suelo
Algunos alborotadores quedaron heridos
Y otros desaparecieron en ese sertón

María Bonita murió en combate
Su cabeza fue expuesta
Y la gente del norte gritaba en la calle
¡Teniente Bezerra apagó a Lampião!

Escrita por: Benedito Seviero / Zé Tapera