Mar Aberto
Vejo… teu corpo é o oceano no horizonte
Navego... eu sou a nau sem rumo nos teus mares
Sou feito de incertezas
Sei as falhas da razão
Eu não sei os teus caminhos - vago sem direção
Desejo... são as cartas que me ensinam tuas rotas
Teus pés... os mares do sul por onde eu me insinuo
A língua... é o meu navio descobrindo os teus mistérios
Curvas... até as dobras do teu gosto em minha boca
Já não são só incertezas
Falhei as falhas da razão
Naveguei os teus caminhos - já sei a direção
Se eu puder navegar por teus mares
Ainda que eu possa naufragar
Ainda que eu me afogue
E se puder ver além das tuas brumas
E alcançar os teus olhos - e desvendar teus segredos
As marcas do teu corpo
São as estrelas que me indicam
Do céu, no meu astrolábio pervertido
Como te alcançar
Joelhos... marcam o fim do hemisfério
Navego as tuas coxas... deslizo em calmaria em tua brisa
Ventre... de onde eu bebo a vida em tua fonte
Pêlos... ilha onde ancoro e deito o meu descanso
Já não sou só incerteza
Já não ligo pra razão
Eu me entrego em teus caminhos - estou na direção
Oriente... navego na pelugem do teu dorso e tua nuca
Ocidente... alcanço o litoral sob os vulcões que são teus seios
Ombros... vampiro esfomeado, me alimento do teu sangue
Boca... pra aprender da tua língua
Se não houver certezas
Nunca houver razão
Ainda assim me atirarei
Em sua direção
Mar Abierto
Veo... tu cuerpo es el océano en el horizonte
Navego... soy el barco sin rumbo en tus mares
Estoy lleno de incertidumbres
Conozco las fallas de la razón
No conozco tus caminos - vagando sin dirección
Deseo... son las cartas que me enseñan tus rutas
Tus pies... los mares del sur por donde me deslizo
La lengua... es mi barco descubriendo tus misterios
Curvas... hasta los pliegues de tu sabor en mi boca
Ya no son solo incertidumbres
Fallé en las fallas de la razón
Navegué tus caminos - ya sé la dirección
Si puedo navegar por tus mares
Aunque pueda naufragar
Aunque me ahogue
Y si puedo ver más allá de tus brumas
Y alcanzar tus ojos - y desentrañar tus secretos
Las marcas de tu cuerpo
Son las estrellas que me guían
Desde el cielo, en mi astrolabio pervertido
Cómo alcanzarte
Rodillas... marcan el fin del hemisferio
Navego tus muslos... me deslizo en calma en tu brisa
Vientre... de donde bebo la vida en tu fuente
Pelos... isla donde anclo y reposo mi descanso
Ya no soy solo incertidumbre
Ya no me importa la razón
Me entrego en tus caminos - estoy en la dirección
Oriente... navego en la pelusa de tu espalda y tu nuca
Occidente... alcanzo la costa bajo los volcanes que son tus pechos
Hombros... vampiro hambriento, me alimento de tu sangre
Boca... para aprender de tu lengua
Si no hay certezas
Nunca hay razón
Aun así me lanzaré
En tu dirección