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Entre Deus e Os Que Me Escutam
Lisandro Amaral
Entre Dios y los que me escuchan
Entre Deus e Os Que Me Escutam
Fusta y aro de alpaca mas que humilde nazarena
Rebenque e argola de alpaca mais que humilde nazarena
Una bahía mansa a la que apodé Lua Buena
Um baio de tranco manso que apelidei Lua Buena
Cuido un campo como el mío, entre la fe de estas ruinas
Cuido um campo como o meu, entre a fé dessas ruínas
Y lo que recurro a cantar
E o que eu recorro cantando
Bendigo con los vientos en la melena
Benzo com os ventos nas crina
Tiendo un campo entre siete reducciones
Eu cuido um campo entre sete reduções
Reserva bugra de empedrado y maderas profundas
Reserva bugra de empedrado e mato fundo
Cuido un campo donde los granos florecen por todas partes
Eu cuido um campo aonde ao arredor florescem grãos
Y mis hermanos, mis hermanos saben muy poco de mi mundo
E os meus irmãos, os meus irmãos sabem bem pouco do meu mundo
Cultivo un campo, cultivo un campo entre Dios y los que me escuchan reservan la voz, juntando el ganado en la zarza profunda
Eu cuido um campo, eu cuido um campo entre Deus e os que me escutam reserva a voz juntando o gado em mato fundo
Y los amplios escenarios que me esperan un viejo rincón
E os palcos largos que me esperam um canto antigo
Reza conmigo todo el amor que le debo al mundo
Rezam comigo todo o amor que devo ao mundo
Abro senderos para el ganado que hace tiempo que no está
Abro picadas pro gado que a muito não ia lá
Y un zaino bueno que me encilho, guarda pitangas en los ojos
E um zaino bueno que encilho, guarda pitangas no olhar
Boquilla de oro en tu carrera, hoy en pilchas, cuero crudo
Bocal de ouro em sua raça, hoje em pilchas, couro cru
Cinchar terneiro madrina y a veces corre un armadillo
Cinchar terneiro amadrinha e às vezes corre um tatu
pedí en la oración de este campo de nuevas gotas
Pedi na reza deste campo de pingos novos
Me reservo mi caballeroso consejo para ellos
Reservo a eles meus conselhos cavalheiro
Donde las colinas en otoño albergan el ganado, lo educaré
Onde as coxilhas no outono abrigam o gado, vou educá-los
Los educaré como gotas de guerrero
Vou educá-los como pingos de guerreiro
Atiendo un campo entre ruinas y miseria
Eu cuido um campo entre ruínas e miséria
Piel oscura, piel oscura, rojiza, un Boi Tatá
Pele morena, pele morena, avermelhado, um Boi Tatá
Nací en un pay donde la semilla va cambiando
Nasci num pago aonde a semente anda mudando
Y el tiempo sabe por qué vine a Maçambará
E o tempo sabe porque vim Maçambará
Un buen caballo, compañero, es el que respira sereno
Cavalo bom, companheiro, é o que respira sereno
Espesa el pelaje en invierno y sabe el tiempo al que me enfrento
Engrossa o pelo no inverno e sabe a hora que enfreno
Selecciono tropillas, réplica envejezco
Eu seleciono tropilhas, recorredor envelheço
Respeto el campo y su gente
Respeito o campo e seu povo
Y lo que me toca gracias
E o que me toca agradeço
En las noches claras rezo en canto a los que me escuchan
Nas noites claras, rezo em canto aos que me escutam
Reserve mi disculpa para el indio
Reserva ao índio meu pedido de perdão
También hecho de piedra, mi canto nunca termina
Também de pedra, meu cantar não se termina
Porque tengo el destino de Tiaraju en el sudor de mis manos
Pois tenho a sina Tiaraju no suor nas mãos
Cuido un campo como el mío entre la fe de estas ruinas
Cuido um campo como meu entre a fé dessas ruínas
Y lo que recurro a cantar
E o que eu recorro cantando
Bendice con el viento en la melena
Benzo com o vento nas crinas
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