Diz-se aí... (2 Pares de Botas) (part. Joana Almeirante)

Ela vio-o bem
Ela bem notou sem saber quem é que ele era
Sentada de costas numa mesa, em pontas opostas
Ele já pediu um copo de vinho, garantiu
Que era encaminhado à outra mesa
Pra outra qualquer, foi à defesa

Mas ela sabe bem quem é que ele queria
Pede mais forte, faz sinal, dizia
É para aquele homem de cabelo escuro
Não é que aí, não se houve um murmuro
E a coisa segue sem qualquer conversa
A noite é jovem? Perguntou a pressa
Ele passa ali ao pé vezes sem conta
Até que em fim se cruzam e pergunta

Já vi que olhas, mas não falas
Quantos homens, quantas balas
Te trouxeram hoje aqui?
Já vi que és tal e qual os outros
Disse ela, quantos fogos
Tu armaste até aqui

A pé no passeio
Ela foi sozinha, ele não veio
Falam ao telefone pelo caminho
Já cheguei a casa, mas o vinho... Anda aqui ás voltas
Não queres vi cá ter só umas horas?
Não vai acontecer o que tu pensas
Só que às vezes também não te sentas?

No teu colchão que está tão vazio
Um dia não, a noite por um fio
Torna o que é triste num quê de comédia
E ela ri-se, já são 3 e meia

Já vi que olhas, mas não falas
Quantos homens, quantas balas
Te trouxeram hoje aqui?
Já vi que és tal e qual os outros
Disse ela, quanto fogos
Tu armaste até aqui?

Foi ali
Ninguém queria acreditar
Mas as estrelas alinharam
Copos viram e brindaram
Diz-se aí

Já vi que olhas, mas não falas
Quantos homens, quantas balas
Te trouxeram hoje aqui?
Já vi que és tal e qual os outros
Disse ela, quanto fogos
Tu armaste até aqui?

Tu armaste até aqui?
Tu armaste até aqui?
Tu armaste até aqui?
Tu armaste até aqui?