Minha história

Mi historia

Minha história

MI HISTORIAMINHA HISTÓRIA
Música: Toinho Vanderlei / Letra: Adelmo VasconcelosMúsica: Toinho Vanderlei / Letra: Adelmo Vasconcelos

EL BUEN CAMPESINO NO HUYE DE LA RESPONSABILIDADO CABOCLO BOM NÃO FOGE DA RAIA
NO SE ENREDA, NO HUYE DEL COMPROMISONÃO SE ATRAPAIA, NÃO CORRE DO ACOXO
SOY UN CAMPESINO RAQUÍTICO Y FEOEU SOU UM CAIPIRA RAQUÍTICO E FEIO
SOLO ME MOLESTO SI DICEN QUE SOY COBARDESÓ ME APERREIO SE DIZ QUE SOU FROUXO

MI HISTORIA NO TIENE NADA NUEVOA MINHA HISTÓRIA NÃO TEM NADA NOVO
SOY HIJO DEL HUEVO QUE MI MADRE FECUNDÓSOU FILHO DO OVO QUE MÃE FECUNDOU
DESPUÉS DE NACER DEJÉ DE SER UN FETODEPOIS QUE NASCI DEXEI DE SER FETO
SOLO SÉ QUE SOY NIETO DE MI VIEJO ABUELOSÓ SEI QUE SOU NETO DO MEU VELHO AVÓ

NACÍ EN UNA NOCHE SIN LUNA, SIN NADANASCI NUMA NOITE SEM LUAR SEM NADA
UN CUENTO DE HADAS, TE LO GARANTIZO QUE NO FUEUM CONTO DE FADA GARANTO NÃO FOI
MI MADRE PARIDORA, MUJER DECIDIDAMINHA PARATEIRA MULHER ARRETADA
LLEGÓ MONTADA EN EL LOMO DE UN BUEYCHEGOU BEM MONTADA NUM LOMBO DE BOI

ME TOMÓ CON MUCHO CUIDADOELA ME PEGOU COM MUITO CUIDADO
YO TODO EMBADURNADO, ME LAVÓ EN UNA OLLAEU TODO MELADO LAVOU-ME NUM TACHO
Y MI MADRE HABLANDO SIN SENTIDOE A MINHA MÃE FALANDO SEM NEXO
PREGUNTÓ EL SEXO, ELLA DIJO: ES MACHOPERGUNTOU O SEXO ELA DISSE: É MACHO

MI PADRE, POBRE HOMBRE SIN CONOCIMIENTOMEU PAI POBRE HOMEM SEM CONHECIMENTO
EN ESE MOMENTO LLEGÓ A LLORARNAQUELE MOMENTO CHEGOU A CHORAR
SU CULTURA ERA TAN PEQUEÑASUA CULTURA ERA TÃO PEQUENA
DABA TANTA PENA VERLO LLORARCHEGA DAVA PENA VOSMICÊS OIÁ

ES QUE TODOS LOS HIJOS QUE ANTES NACIERONÉ QUE TODOS FILHOS QUE ANTES NASCEU
SOLO VIVIERON POCO, NINGUNO ESTABA VIVOSÓ POUCO VIVEU, NENHUM TAVA VIVO
DESPUÉS DE SEIS AÑOS, QUÉ TIEMPO TRAVIESODEPOIS DE SEIS ANOS, QUE TEMPO MAROTO
NACER UN NIÑO FUE UN HECHO FESTIVONASCER UM GAROTO FOI FATO FESTIVO

HUBO BEBIDA Y MUCHO FESTEJOHOUVE BEBEDEIRA E MUITO PAGODE
MATARON TRES CHIVOS Y CINCO CAPONESMATOU-SE TRÊS BODES E CINCO CAPÃO
LA FIESTA FUE GRANDE CON CHICAS Y CHICOSA FESTA FOI GRANDE COM MOÇA E RAPAZ
COMO SOLO SE HACE EN EL PURO SERTÓNCOMO SÓ SE FAZ NO PURO SERTÃO

HASTA LOS DIEZ AÑOS ERA MUY FUERTEATÉ O DEZ ANOS EU ERA BEM FORTE
CAMPESINO DEL NORTE SIN UNA HERIDACABOCLO DO NORTE SEM UMA FERIDA
PERO DESPUÉS DE LOS DOCE YA SIN CONSUELOMAS DEPOIS DOS DOZE JÁ SEM ACALANTO
MUCHOS DESACIERTOS CAMBIARON MI VIDAMUITOS DESENGAMOS MUDOU MINHA VIDA

NO TUVE ESTUDIOS Y SIN FORMACIÓNNÃO TIVE ESTUDO E SEM FORMAÇÃO
LA EDUCACIÓN FUE HECHA EN EL CAMPOA EDUCAÇÃO FOI FEITA NA ROÇA
VIVÍA AISLADO, SIN MUCHOS AMIGOSVIVIA FECHADO, SEM MUITOS AMIGOS
PERO TENIENDO EL REFUGIO DE MI CHOZAMAS TENDO O ABRIGO DA MINHA PALHOÇA

HASTA QUE UN DÍA MURIÓ MI PADREATÉ QUE UM DIA MORREU O MEU PAI
SU IMAGEN NO SE VA, VIVE A MI LADOSUA IMAGEM NÃO SAI, VIVE DO MEU LADO
SU CUERPO PEQUEÑO Y SU ROSTRO SERIOSEU CORPO PEQUENO E SEU ROSTO SÉRIO
ALLÁ EN EL CEMENTERIO QUEDÓ SEPULTADOLÁ NO CEMITÉRIO FICOU SEPULTADO

AHÍ COMENZÓ MI DECADENCIADAÍ COMEÇOU MINHA DECADÊNCIA
PERDÍ LA CONCIENCIA DE LO QUE ERA BUENOPERDÍ A CIÊNCIA DO QUE ERA BOM
FUMABA DEMASIADO, BEBÍA CACHAZAFUMAVA DEMAIS, BEBIA CACHAÇA
SOLO DESGRACIA DICTABA MI RUMBOAPENAS DESGRAÇA DITAVA MEU TOM

MI MANO CANSADA, MI VISTA POCOMINHA MÃO CANSADA, MINHA VISTA POUCA
MI VOZ RONCA QUE ANTES ERA FUERTEA MINHA VOZ ROUCA QUE ANTES FOI FORTE
ESCRIBO LAS PALABRAS CON DIFICULTADESCREVO AS PALAVRAS COM DIFICULDADE
NO DEJO RECUERDOS CON MI MUERTENÃO DEIXO SAUDADE COM A MINHA MORTE

VIVIENDO SOLO, SIN NADIEVIVENDO SOZINHO, NÃO TENDO NINGUÉM
ENVIDIO A QUIEN TIENE SALUD Y AMORINVEJO QUEM TEM SAÚDE E AMOR
ESTOY ESPERANDO SOLAMENTE MI FINESTOU ESPERANDO SOMENTE MEU FIM
NO RECES POR MÍ, NI ME ENVÍES FLORESNÃO REZE POR MIM, NEM ME MANDE FLOR

QUIERO POCAS PERSONAS SIGUIENDO EL ATAÚDQUERO POUCA GENTE SEGUINDO O CAIXÃO
NO QUIERO ORACIÓN, NI QUIERO ARREGLOSNÃO QUERO ORAÇÃO, NEM QUERO ARRANJOS
ESCRIBE EN LA TUMBA PALABRAS PROFÉTICASESCREVA NO TÚMULO PALAVRAS PROFETAS
DEL GRAN POETA AUGUSTO DOS ANJOSDO GRANDE POETA AUGUSTO DOS ANJOS