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Homem Manifesto

Augusta Barna

Nós somos corpos sem rumo sem bens e sem chão
Nós somos corpos vazios em que pulsa um coração
Nós somos almas sozinhas na solidão
Nós somos filhos do ventre da podridão

Eu sou um corpo humano que é rude e fascina
Eu sou só uma menina com medo de errar
Eu sou a filha do vento
Eu sou a filha do tempo
Eu tenho ódio e alento pra te dar

Tenho em mim erro e piedade
E clamo sua bondade pra não me condenar
Eu tenho medo da vida
Mas tenho mais medo ainda de não viver
Eu tenho algo escondido pra te mostrar

Não tenho rumo no escuro, eu tenho medo do mundo
Mas é com medo que eu vou me manifestar
Nós somos corpos sem rumo sem bens e sem chão
Nós somos corpos vazios em que pulsa um coração
Nós somos almas sozinhas na solidão
Nós somos filhos do ventre da podridão
Não tenho rumo no escuro
Eu tenho medo do mundo
Mas é com medo que eu vou me manifestar


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