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Bastos e Versos

Beira D'estrada

Nos bastos fiz meu trono
Guitarra, léguas de versos
Firmando pátria e querência
Nestes confins do universo

E falquejando tronqueiras
De cerne pros alambrados
Domando potros de lei
Gineteando aporreados

Dei corda pros meus anseios
De, um dia, ter meu próprio chão
Meu galponeiro fogão
E de viver nestes enleios

Sentir o cheiro do pasto
Era tudo o que eu queria
E um flete de boa estampa
Só pra minha montaria

Deixei de montar ventenas
De rodeios e pealos
Mas, na quietude da noite
Gineteio esses cavalos

Em sonho, ainda me encontro
Galopando campo afora
Escuto o rangir dos bastos
E o berro ao garfear de esporas

Pelas geadas de agostos
Melena ficou tordilha
Aranhas teceram rendas
Nas garras da minha encilha

Lembranças tantas, parceiro
Do camperear nas coxilhas
Onde espalhei os meus versos
E as bem domadas tropilhas


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