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Fazer loginA história do choro é uma parte importante da história da música brasileira como um todo, e é motivo de muito orgulho para a arte do país. O gênero foi um dos primeiros a ecoar pelas ruas das cidades brasileiras, marcando a identidade sonora da nação desde o século XIX.
O choro nasceu nas entranhas do Rio de Janeiro e se consolidou como um dos pilares da cultura musical brasileira, carregando consigo as nuances de uma história rica e multifacetada.
Entre os hinos imortalizados na história do choro, estão a icônica Flor Amorosa, de Joaquim Callado, e os brilhantes acordes de Chiquinha Gonzaga e Pixinguinha.
Continue a leitura para conhecer os segredos desse gênero musical brasileiro tão fundamental na formação da identidade musical do nosso país!
A história do choro, ou chorinho, começou nas ruas do Rio de Janeiro na primeira metade do século XIX, quando se popularizaram no Brasil ritmos como polca e valsa, na “bagagem” da Família Real e sua corte, em 1808.
Foi só na segunda metade do século, porém, que o choro se desenvolveu e se firmou no imaginário popular brasileiro, como uma resposta criativa dos músicos populares aos sons europeus que ecoavam nos salões da alta sociedade.
Influenciado por ritmos como danças de salão europeias (polcas, quadrilhas e valsa, as batidas africanas do lundu e a melancolia das modinhas, o choro nasceu como uma síntese de diferentes tradições.
Antes de se firmar como gênero musical, o choro era essencialmente uma forma diferente de tocar, que garantia uma sonoridade brasileira a ritmos originários de outros países.
Sob o talento e a inventividade dos “chorões”, as danças europeias absorveram elementos locais e ganharam uma identidade própria.
Muita gente tem curiosidade em torno da história do choro por um motivo compreensível: afinal, qual a origem do peculiar nome do ritmo? Há diversas teorias que procuram explicar sua etimologia.
Uma delas sugere que o termo pode ter surgido da forma emotiva de tocar canções internacionais no século XIX. Eram as “músicas de fazer chorar”.
Outra hipótese é que o termo possa ter derivado de “xolo”, um tipo de baile frequentado pelos escravizados nas fazendas. Devido a confusões fonéticas, o termo evoluiu para “xoro”, sendo grafado com “ch” ao chegar ao Rio de Janeiro.
Há também quem defenda que o nome pode estar relacionado à sensação de melancolia transmitida pelas “baixarias” do violão, sugerindo que o termo poderia ter sido originado a partir dessa característica emocional da música.
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Com o passar das décadas, a história do choro evoluiu em sintonia com as mudanças sociais e culturais do Brasil.
Na virada do século XX, o ritmo firmou-se não apenas como um entretenimento popular, mas uma expressão artística que ganhou espaço em rodas de choro, botequins e registros fonográficos.
Ao longo do século, o choro se adaptou e influenciou outros estilos musicais que surgiram, como o samba e a bossa nova.
Mesmo diante de tempos turbulentos, como as décadas de 1930 e 1940, quando o governo Vargas buscava impor uma identidade nacionalista à cultura, o choro resistiu, mantendo sua essência e sua vitalidade.
Não podemos falar da história do choro sem discorrer sobre o que torna esse gênero musical tão distinto.
Tradicionalmente, os grupos contavam com instrumentos de sopro, como flauta, além de instrumentos de corda, como violão de sete cordas e cavaquinho. Ao longo do século XX, outros instrumentos se somaram à mistura, incluindo bandolim e pandeiro.
Mas não são apenas os diferentes instrumentos do choro que tornam o ritmo tão peculiar. Até mesmo a interpretação dos acordes é solta e sincopada, ganhando nuances curiosas por meio de improvisações virtuosas.
Em geral, a estrutura musical é formada por três partes distintas, cada uma em uma tonalidade diferente. Também é comum encontrar composições de apenas duas partes, como a obra de compositores como Jacob Bittencourt.
Hoje, o choro abraça uma gama de estilos que vão do maxixe ao samba, polca e até a valsa, se adaptando a diferentes contextos e influências.
A história do choro é impactada por figuras icônicas que moldaram sua trajetória e contribuíram para sua consolidação como um dos mais importantes estilos da música brasileira.
Entre os pioneiros do gênero musical, destacam-se nomes como Joaquim Callado, Pixinguinha e Jacob do Bandolim, cujas contribuições foram fundamentais para o desenvolvimento e popularização do estilo.
Joaquim Callado, por exemplo, foi responsável por lançar as bases do estilo com sua obra Flor Amorosa, que ajudou a ditar as características próprias do ritmo.
Pixinguinha, por sua vez, é autor de inúmeros choros e peças que se tornaram clássicos do gênero, cujo virtuosismo e genialidade elevaram o ritmo a um patamar de destaque.
Outros grandes nomes também estão marcados na história do estilo, como Ernesto Nazareth, Chiquinha Gonzaga e Patápio Silva, cujos repertórios enriquecem o universo do gênero musical.
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Do século XIX até a contemporaneidade, o choro enfrentou uma série de desafios que testaram sua resiliência e vitalidade.
O gênero passou por períodos de menor visibilidade, muitas vezes relegado a segundo plano diante de outros estilos musicais em ascensão, como a partir da década de 1950, com o surgimento da bossa nova.
Mudanças sociais, culturais e tecnológicas também impactaram o ritmo, desafiando sua relevância e sua capacidade de se adaptar às novas demandas do público.
No entanto, mesmo diante desses desafios, o choro nunca perdeu sua essência e seu apelo. Nas últimas décadas, foi alimentado pelo trabalho incansável de músicos, pesquisadores e entusiastas dedicados a preservar e promover o gênero.
O choro foi oficialmente tombado Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil em 2024, um marco significativo na história do ritmo.
A decisão foi fundamentada na importância histórica, artística e social do choro, reconhecendo sua contribuição para a identidade cultural do Brasil.
Hoje, o ritmo é uma evidência inegável da diversidade cultural do Brasil, na esteira do talento de músicos renomados, como Paulinho da Viola, Paulo Moura e Hamilton de Holanda, entre outros.
A história do choro não seria a mesma sem a contribuição feminina e, em especial, sem o talento de Chiquinha Gonzaga.
Considerada pioneira da música brasileira e um dos maiores nomes da história do ritmo, a artista deixou sua marca em faixas lendárias, como Ô Abre Alas, Atraente e Lua Branca.
Quer conhecer mais sobre ela? Não deixe de conferir nosso conteúdo sobre quem foi Chiquinha Gonzaga!
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