Ventura
Bruno Belfort
Se manter
Em mantras diários desfazer
o rosto assutado
No porvir dá medo de pensar,
e muito mais quando não se há
A fé vislumbra o visível do nada,
palpável e possível vontade
de apaziguar os destinos
que tento encontrar no caminho
que escolhi
pro acaso operar
na mais bela harmonia que há
no universo
Regresso ao luar pros teus braços,
pesados de tantos abraços,
que já não cabem mais em alguém assim
tão desejoso de amar
Refazer
o prumo alvejado por ondas
de lágrimas amarguradas
por alguém que deixou o seu coração
às mãos de um vilão
Ela não me vale mais que o desprezo
pelo preço que não tem
Ela não me causa mais que um apreço
por ter feito ir à pique a mim também
Mas hoje eu tenho você
pra me fazer esquecer
à luz de um novo luar
Se manter
Em mantras diários desfazer
o rosto assutado
No porvir dá medo de pensar,
e muito,
mas quando não se há...



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