Escarlate
Bruno Conde
Fenda púrpura de dor
Tom rubi a gotejar
Lanho fundo no cio
Brilho quente predador
Veia aberta a murmurar
Ou foi pétala de flor
Ou foi lâmina sutil
Nos teus lábios grenás
Doce talho a sangue frio
Corte manso assim não há
Chama crua de um cantor
Encarnado elixir
Santo forte no andor
Tom carmim de uma paixão
Brasa sem se extinguir
De queimar coração
Oh musas inquietas não saiam daqui
As rubras canções já fogem de mim
Sou seu refém
Sofridos poetas ressoem meus dons
Os rios de lava já correm pro mar
E mais além
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