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De São Borja ao Batoví

César Oliveira

Eu fui piazito em muita tosa de manada
Juntando cerda e alcançando marca quente
Eu fui piazito num petiço enforquilado
Pelo banhado, retoçando nas enchentes

Em me criei laçando boi e meia espalda
Campeando lida nas boconas me perdi
Buscando a volta ao tranco e ao trote calmo
Conheço a palmo do São Borja ao Batovi

Andei cruzando atalhos e corredores
Pra embalar o corpo numa bailanta encruada
Boleava a perna donde tivesse gaiteiro
E algum candeeiro que incendiasse a madrugada

Sou da fronteira, sou taura, sou peão de estância
E algum feitiço e deixou assim teatino
Peguei costume de gostar de china e canha
E tirar manha e balda de algum malino

Em carreiradas amadrinhei muita china
Em camperiadas apartei brigas de touro
De peito aberto repontei zebu da grota
Empurrei tropas nos encontros do meu mouro

Por ser guerreiro sempre fui madrinhador
Arrodiei muito fogo grande em noite fria
Mateando só esperava o arrebol
Pra ver o sol repontá as barras do dia

Queimei o lombo em sol quente de verão
Branquiei a crina nas cara-voltas das geadas
Enredei pêlos de pingo nas maritacas
Trompando vacas em banhos e paleteadas

De vez em quando meu coração se adelgaça
E as minhas ânsias matrereiam no meu peito
Talvez por isso eu ande cruzando estradas
Porque me agrada ter nascido deste jeito


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