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    Poesia e Milonga

    César Passarinho

    Andei pensando em compor um soneto
    Do som ferido dos cristais quebrados
    Depois jogar minha canção ao vento
    Pra te falar do meu amor calado

    Colhi acordes de alambrado aflito
    Nessas tormentas loucas de setembro
    Eu ensaiei o canto mais bonito
    Pra te encantar quando chegar dezembro

    Eu ensaiei o canto mais bonito
    Pra te encantar quando chegar dezembro

    Vi as sangas que por desatinos
    Levam cantigas pelas águas claras
    Abrindo rumos pra fazer destino
    Abrindo rumos pra fazer destino

    E o silêncio dessas noites longas
    Por abraçar-te tanto na guitarra
    Minha poesia se tornou milonga
    Minha poesia se tornou milonga
    Minha poesia se tornou milonga
    Minha poesia se tornou milonga

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