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Berenguendéns e Balangandãs

Charles Silva

Nêga da ladeira do Pelô
Tens o som de salvador
E a magia que fulgura
Revolucionar é seu papel
E a arte do cinzel
Tu carregas na cintura
Junto ao tabuleiro nas manhãs
Há o sonho das irmãs que anseiam liberdade
Ecoa toda Nzinga de Matamba
A mandinga e a demanda
Realeza, identidade

Balanço que lembra meu adarrum
Na armadura de Ogum, memória ancestral
Adorno que guarda no meu ilê
Herança dos malês
É forja do metal!

Santa luz da rebeldia que moldou o livramento
Somos joias da princesa, filhas do empoderamento
Penduricalho, que te entrego de lembrança
Guarda a fé, o fogo e o talho, resplandece a esperança

Eu peço aos meus orixás
E entrego todo axé
A nêga pode e vai ter o que quiser

Tantas pretas consagradas
Meu espelho com orgulho
E a quem renegada a mulherada
Vá dormir com esse barulho!

Balangandãs, berenguendés
Canta Maricá o que a baiana tem
Pertencimento que reluz no amuleto
Claro, tinha que ser preto!

Escrita por: Babby Do Cavaco / Rafael Gigante / Marcelo Adnet / Jeffferson Oliveira / Hélio Porto. ¿Los datos están equivocados? Avísanos.

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