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Memória e Fado

Egberto Gismonti

Por que o sonho terminava
Quando o dia amanhecia
No espelho
Vinha um medo desse gosto morto do passado
Mergulhado na memória
Eu não queria que a vida findasse no abismo desse quarto
Amargando amargurada solidão

Por que a hora se esvazia
Na memória do espelho
Como um fado
Teço o fio do meu sonho cheio de mistério
Um rosário de silêncio
E a minha boca fechada com medo das sombras desses anjos
Que se foram e não voltam nunca mais

Escrita por: Egberto Gismonti / Geraldo Carneiro. ¿Los datos están equivocados? Avísanos.

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