
Paranóia
Fernando Motta
Talvez a coisa mais certa que eu tenha feito naquela noite escrota
Foi vomitar em toda a sala do idiota que se achava tão superior
A casa toda ainda em festa e eu só queria era morrer depressa
É que o lugar incerto e a hora
Inoportuna me levaram de volta ao interior
Por mais que eu sinta essa repulsa que eu não quero me esquivar
Sei que resiliência é o mal que me segura a iminência de te escrotizar
Ainda vai me matar
Nem deveria me importar
Mas corta feito gelo e fere a pele seca
E me empurra essa ressaca
Desperdiçando
A minha vontade em falhar
E não vai dar
Se a minha tendência ainda pulsa
Só não imploro
A minha vontade encalha
Conservo em cloro
A minha paranoia



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