Travessa
Galvão
Luzes da noite me acompanham desde lá daquele bar
A par e passo, o ressoar do meu compasso, à meia luz
Claridade sonolenta de um mormaço em tom lilás
Enquanto sigo no rumo daquela esquina
Um sinal pisca amarelo a me avisar
Que nas madrugadas
(De uma lua tão franzina como essa)
Tudo pode vir a acontecer
E não carece mais nenhuma pressa
Só caminhar e espreitar essa travessa
Para entender (não é de hoje!)
O que ela anda querendo me dizer
E aonde quer que eu vá
Que eu não me esqueça do recado recebido
Baixar a minha guarda, dirimir minhas defesas
Pra que eu seja, ao mesmo tempo, o bandido e a sua presa
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