
Solitário
Hermes Prada
Ele chorou num dia frio de maio
Sozinho e trancado no seu quarto
Depois de ver seu mundo ir ao chão
Alguém feriu demais seu coração
E ali mesmo com o rosto molhado
Jurou por tudo que há de mais sagrado
Que nunca mais iria confiar
Amar de novo nem pensar
E aí solitário
Vive atrás do doce de outras bocas têm
Mas nunca se apega ou gosta de ninguém
E aí solitário
Vai para onde o vento decidir soprar
Mas vai sempre sozinho aonde quer que vá
Ele é mistério, meio fera
Hoje quente amanhã frio como pedra
E quando sente a vida vazia
Alguém para esquentar a sua cama fria
Sempre se esconde atrás da solidão
Por companhia só o violão
Às vezes usa o chapéu para esconder
O Medo de sofrer
E aí solitário
Vive atrás do doce de outras bocas têm
Mas nunca se apega ou gosta de ninguém
E aí solitário
Vai para onde o vento decidir soprar
Mas vai sempre sozinho aonde quer que vá



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