O Caipira e a Madame
Ilço Theodoro
Que diferença existe entre nós agora
Virou madame da socite, quem diria
Eu continuo o mesmo caipira de outrora
Vivo por fora dessa sua companhia
Você nem gosta mais de falar do passado
Das nossas vidas em perfeita harmonia
Abandonou de vez o rancho da fazenda
E nem se lembra que ali viveu um dia
Mas eu preciso refrescar a sua memória
Embora sei que acha que eu não deveria
Todas essas coisas que você ignora
São tão simplórias mas bancam suas mordomias
Diga-me onde
Está meu erro nesta historia
Capaz de condenar-me a solidão
Você proclama o seu grito de vitória
Bem contente onde mora
Longe do meu coração
Se trago marcas neste meu rosto queimado
E de enfrentar o sol ardente do verão
Eu faço parte deste chão abençoado
Onde eu sonho cuidando da plantação
Quando sonho ser mais feliz do que já era
Me vi entrando em um mundo de ilusão
Na avenida luxuosa da cidade
Só por vaidade comprei aquela mansão
Foi tentando dar mais felicidade
Para a mulher por quem eu morro de paixão
Ela esqueceu da nossa simplicidade
Me deixando na saudade
Sozinho lá no sertão
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