Limbo

Vou lhe dar umas informações exclusivas sobre Deus
Ele dá ao homem, instintos
Estabelece regras opostas, contrárias
E é esta a piada maior

Olhe! Mas não toque!
Toque! Mas não prove!
Prove! Não engula!
Hahahaha!

(Melhor reinar no inferno do que servir no paraíso)
(Por que não?)

Tenho tido desejos, obscuros
Me imagino com uma faca
Te esfaqueando três vezes, por segundo, durante dez minutos
Isso seriam 1800 facadas, mas, ham!
Não é suficiente, juro

Sei que curte matemática
Então por que não alguns socos múltiplos?
Vamos?
Implore pra morrer
Eu quero aproveitar até que chegue o último, suspiro

Eu vou olhar no fundo dos seus olhos e
Assistir o brilho sumindo

Ele apagou, ei, ei, por favor me diz que tá dormindo!
Droga! Injeção de ânimo nele
Sim, eu tô me divertindo
Isso é tipo um piquenique no parque, em família

Ham, que dia é hoje?
Acho que é domingo

A vida é simples
Se você olhar com calma, verá que todos estão fingindo
Eu odeio as leis, mas sem elas, o que eu estaria infringindo?

Ele tá em paz! Tá até sorrindo!
Ham, mal sabem quanto tempo eu passo comigo

Tem dias que a morte soa como um elogio
Sinto o mau me perseguindo, eu não tenho medo dele
Ele sabe disso

É como se fosse, divertido, ham
Ele sorri pra mim ao mesmo tempo
Que eu peço conselhos a Jesus Cristo

Ando, psicótico, mas
Enquanto tiver whisky tá ótimo
Eu tomo um copo e adivinha
Reponho o próximo

Eu perco a consciência e o mundo
Fica menos caótico
E por algum motivo eu enxergo o tempo
De um modo exótico, não

Eu não quero ser bom nisso, mas é um fardo
Desde cedo rimando no quarto eu
Sabia que seria um astro e agora que sou
Eu me encontro farto

Um pouco hipócrita, fato!
Porque a grana ganha, ainda me diverte aos sábados
E de resto, eu acho tudo isso um saco

Não consigo dormir, os remédios fortes com o tempo
Se tornaram fracos
Eu vivo, olhando pra dentro dos frascos

Droga, por que as pílulas não têm sobrado?
Às vezes eu penso
Por que não ser um cara normal?

Aí eu lembro
Que meu pai era um cara normal
Perdeu a esposa e os filhos
Fizeram da rua um quintal

Perdeu o emprego e a bebida
Tarã! Prato principal
Humilhado e no bolso
Nem um real!

Ele já estava morto por dentro
O câncer foi só o ponto final

As pessoas são más
Alguém tem que puni-los
Ensiná-los tipo um filho
A mastigar cacos como se essa porra fosse Sucrilhos

Queria o caos, pronto, vou supri-los
O que acha de incesto, sexo entre os primos
Tudo bem, dê sua opinião, estamos em um limbo
Aqui não existe sujo também, nenhum limpo

Aqui não importa se você tem buceta ou um pinto
Aqui não é inferno, mas é quase, tipo um quinto
Escolha bem suas respostas, mas calma, você tem tempo
Tipo cinco, quatro, três, dois, um, acabou o tempo

Pra baixo é o seu destino
Desculpa eu sinto, muito
Na verdade, não, mas eu finjo

Todos pensam igual, xerox
Quem nos imprime?
É um fato, e de fato a loucura nos define
As pessoas sem ter o que comer
Preocupadas se a Virgínia mamou o Vini
Tô torcendo pra vida ser um simulador tipo The Sims

Eu estou no auge
É minha vez de triunfar