Traducción generada automáticamente

visualizaciones de letras 6.070

Peleja de Riachão Com o Diabo

Leandro Gomes de Barros

Letra

Peleja de Riachão Com o Diabo

Riachão tava cantando
Na cidade do assu
Quando apareceu um negro
Da espécie de urubu
Tinha camisa de solo
A calça de couro cru

Beiços grossos e virados
Como a sola de um chinelo
Um olho muito encarnado
O outro bastante amarelo
Esse chamou riachão
Para ir cantar martelo

Riachão arrespondeu
Não canto com nego desconhecido!
Por que pode ser escravo
E ande por aqui fugido
Isso é dar calda a nambu
E só entra nego incherido

Eu sou livre como o vento
A minha linhagem é nobre
Com muitos mais ilustrados
Que o Sol no mundo cobre
Nasci dentro da grandeza
Não sai da raça pobre

Você nega por que quer
Está conhecido demais
Diga se está fugido
Diga quanto tempo faz?
Se você não for cativo
Obra desmente sinais

Seja rico seja escravo
Eu quero cantar martelo
Afine sua viola!
Vamo entra num duelo
Só com minha presença
O senhor tá ficando amarelo

Vejo um vulto tão pequeno
Que nem posso enxergar
Parece que não precisa
Nem a viola afinar
Pela ramagem da árvore
Vê-se os fruto que ela dá

Riachão, isto são frases
De homem muito atrasado
Porque são vistos fenômenos
Que na terra têm se dado
Uma cobra pequenina
Mata um boi agigantado

Meu riacho pela seca
Dá cheias descomunais
Na correnteza das águas
Descem grandes animais
Jiboias, sucurujubas
E monstruosos jaguais

O jaguar rende-me culto
A serpente aos meus pés morre
Quando chega minha ira
Só um poder o socorre
Digo ao rio: Pare ai
A água para e não corre

Você não é Josué
Que mandou o Sol parar
Este parou três dias
Para a guerra se acabar
Nem Moisés com a sua vara
Fez a água do mar secar

Faço tudo que quiser
Minha força é sem limite
Os feitos por mim obrados
Não vejo homem que os cite
Eu determino uma coisa
Não ha força que evite

Salomão também fazia
O que quera fazer
Por meio de mágica e química
Quis novamente nascer
Em vez do nascimento
Ele conseguiu morrer

Salomão facilitou
Confiado na ciência
Encaminhou tudo bem
Mas faltou-lhe a paciência
Se não fosse esse erro
Tinha outra existência

Eu necessito saber
Onde é seu natural
Porque não sei se o senhor
Tem nascimento legal
De qual nação é que vem
Se procede bem ou mal

Você vem interrogar-me
Eu lhe interrogo também
Diga pra onde vai
E de que parte é que vem
Se é solteiro ou casado
Que trabalho você tem?

Não tenho superior
Sou filho da liberdade
E não conto a minha vida
Pois não há necessidade
Eu não sou foragido
Nem você é autoridade

Eu preciso advertir-lhe
Fazer-lhe observação
Me trate com muito jeito
Cante com muita atenção
Veja que não se descuide
E passe o pé pela mão

Eu já canto há muito tempo
Já estou muito habilitado
Conheço alguma matérias
Sou um pouco adiantado
Tive estudo quatro anos
Me considero letrado

Sou professor de matérias
Que sábio não as conhece
A lei que dito no mundo
O próprio rei obedece
Meus feitos são conhecidos
A fama se estende e cresce

Você diz que tem ciência
Dê-me uma explicação
Se a terra faz movimento
De quem é a rotação?
Porque é que em 12 horas
Há essa transformação?

O Sol não é quem se move
É fixo em seu lugar
A terra está sobre eixos
Os eixos a faz rodar
Que por essa rotação
Faz a luz do Sol faltar

Descreva o grande mistério
Que entre nós a terra tem
De que é formada a chuva?
Em que estado ela vem?
É criada aqui por perto
Ou em algum lugar mas além?

Á água em estado líquido
Por meio de abaixamento
Que há na temperatura
E pelo resfriamento
Essa água é condensada
Ajudada pelo vento

A corrente atmosférica
Duma montanha elevada
Que ajuda a temperatura
Forma nuvem condensada
Do vento movendo as nuvens
É disso a chuva formada

Que essa chuva depois
Que toda terra ensopar
Por meio de evaporação
Torna ao espaço voltar
Reproduzindo o processo
Que acabei de lhe tratar

O senhor conhece bem
Este país brasileiro?

Ora, respondeu o negro
Eu conheço o estrangeiro
Desde o córrego mais pequeno
Até o maior ribeiro

Por exemplo: O Amazonas
Que estrema com o Pará
O Pará com o Maranhão
Piauí com o Ceará
E assim todos mais outros
Se alguém duvida é ir lá

Esse qualquer um daqui
Pretendendo viajar
Até o Rio de Janeiro
E não querendo ir por mar
Eu lhe ensino o caminho
Ele vai sem se vexar

Como faz essa viagem?
Onde encontra o caminho?
Lugar duma só morada
Sem haver mais um vizinho
Tanto que em muitos lugares
Não anda homem sozinho

Pode qualquer um sair
Do assu a mossoré
Querendo poder passar de caicó
Subir pela margem esquerda
Do rio seridó

Riachão disse consigo
Este negro é um danado
Este saiu do inferno
Pelo demônio mandado
E para enganar-me veio
Em um negro transformado

Disse o negro: Meu amigo
Não queira desconfiar
Garanto que o senhor
Não ouviu bem eu cantar
Na altura que eu canto
Outro não pode chegar

Vá na altura que for
(Riachão lhe respondeu)
Remexa todos os livros
Que o senhor aprendeu
Eu não conheço esse ente
Que cante mais do que eu

Você ficará sabendo
O peso dum cantador
Quando me vir outra vez
Me trate de professor
Render-me a obediência
Conhecerá o meu valor

O senhor diga o seu nome
Eu quero lhe conhecer
Pois só assim vou dar
O valor que merecer
Em tudo que você diz
Ainda não posso crer

Você sabendo quem sou
Talvez fique assombrado
Superior a você
Comigo tem se espantado
Os grandes de sua terra
Eu tenho subjugado

Eu canto há dezoito anos
E vinte toco viola
Sempre encontro cantador
Que só tem fama e parola
Quando canta meio dia
Cai nos meus pés, no chão rola

Eu há muitos anos canto
Não vou em toda função
Arranco ponta de touro
Quebro furor de leão
Eu achei esse duro
Que para mim tenha ação

Mas de hoje em diante
O senhor tem de encontrar
A força superior
Que obrigue a se calar
Porque eu boto um cerco
Quem vai não pode voltar

Manoel, tu és criança
Só tens mesmo é pabulagem
Veja que fala é fôlego
Porém obrar é coragem
Juro que de hora em diante
Não contarás vantagem

Meu pai chamava antônio
Seu apelido era rio
Duma enxurrada que dava
Cobia todo baixio
Escavava em tempo de inverno
Enchia em tempo de estio

Conheci muito seu pai
Que vivia de pesca
Sua mãe era tão pobre
Que vivia dum tear
Seu padrinho tomou você
E levou-o parar criar

Onde morava o senhor
Que o meu avô conheceu?
Que eu nem me lembro mais
Do tempo que ele morreu
E você está padecendo
Muito mais moço do que eu

Eu sei do dia e da hora
Que nasceu seu bisavô
Chamava-e Ana Mendes
A parteira que o pegou
Conheci muito o frade
E vi quando o batizou

Bote sua mascara abaixo
Conte a história direito
Da forma que você conta
Eu não fico satisfeito
Como vê-e um objeto
Antes daquele ser feito?

Seu bisavô se chamava
Apolinário canção
Era filho dum ferreiro
Que o chamavam gavião
Uai bisavó, lourença
Filha de amaro assunção

Mas que idade tem você?
Que me faz admirar
Conheceu meu bisavô
Eu não posso acreditar
Assim nestas condições
Faz até desconfiar

Seu bisavô e avô
Foram por mim conhecidos
Seu pai, sua mãe e você
Antes de serem nascidos
Já estavam em minha nota
Para serem protegidos

Que proteção te você
Para proteger alguém?
Sua pessoa e os trajes
Mostram o que você tem
A sua cor e aspeto
Esclarecem muito bem

Eu protejo você tanto
Que o defendi de morrer
Você se lembra da onça
Que uma vez quis lhe comer?
Que apareceu um cachorro
E fez a onça correr

Me lembro perfeitamente
Quando a onça me emboscou
Que já marcando o salto
Que um cachorro chegou
A onça coreu com medo
Eu não sei quem me salvou

Pois foi este seu criado
Que viu a onça embosca-lo
Eu chamei por meu cachorro
Para da onça livrá-lo
Se lembra quando você
Ouviu o go canto do galo?

Eu me lembro disso tudo
Porque assim foi passado
Mas que idade tinha eu
Quando esse caso foi dado?
Eu era tão pequenino
Que meu pai teve cuidado

Você tinha nove anos
Foi caçar um novilhote
Se entreteu com umas flores
Que tinha lá no serrote
A onça foi esperá-lo
Para soltar-lhe o bote

Riachão disse consigo
De onde veio este ente
Que de toda a minha vida
Conhece perfeitamente?
Este será o diabo
Que esta figurando gente?

O senhor pergunta assim
De que parte venho eu
Eu venho de onde não vai
Pensamento como o seu
Eu saí do ideal
Primeiro que apareceu

Agora acabei de crer
Que tu és o inimigo
Te transformaste em homem
Para vir cantar comigo
Mas eu acredito em Deus
Não posso correr perigo

Inda não te ameacei
Nem pretendo ameaça-lo
Estou pronto a defendê-lo
Se alguém quiser atacá-lo
Em minha humilde pessoa
Tem um pequeno vassalo

Não quero saber de ti
Porque tu é o traidor
Desobedeceste a Deus
Sendo ele o criador
Fizeste traição a ele
Quanto mais a um pecador

Riachão, amas a Deus
Sendo mal recompensando
Deus fez de Paulo um monarca
De Pedro um simples soldado
Fez um com tanta saúde
Outro cego e aleijado

Se Deus fez de Paulo um rei
Porque Paulo merecia
Se fez de Pedro um soldado
Era o que a Pedro cabia
Se não fosse necessário
O grande Deus não fazia

O teu vizinho e parente
Enricou sem trabalhar
Teu pai trabalhava tanto
E nunca pode enricar
Não se deitava uma noite
Que não deixasse de rezar

Meu pai morreu na pobreza
Foi fiel ao seu senhor
Executou toda ordem
Que lhe deu o criador
E foi uma das ovelhas
Que deu mais gosto ao pastor

Arre lá! Lhe disse o negro
Você é caso sem jeito
Eu com toda paciência
Estou-lhe ensinando direito
Você vê que está errado
Faz que não vê o defeito

É muito feliz o homem
Que com tudo se consola
Posso morrer na pobreza
Me acha pedindo esmola
Deus me dá para passar
Ciência e esta viola

O negro olhou riachão
Com os olhos de cão danado
Riachão gritou: Jesus
Homem Deus sacramentado
Valha-me a virgem Maria
A mãe do verbo encarnado

O negro soltou um grito
Ali desapareceu
Duma catinga de enxofre
A casa toda se encheu
Os cães uivaram na rua
O chão se estremeceu

Riachão ficou cismado
Com cantor desconhecido
Que quando encontrava um
Tomava logo sentido
O seu primeiro verso
Era a Deus oferecido

Riachão's Struggle with the Devil

Riachão was singing
In the city of Assu
When a black man appeared
Of the vulture species
He had a soil shirt
Raw leather pants

Thick and turned lips
Like the sole of a sandal
One eye very red
The other quite yellow
This man called Riachão
To sing a hammer

Riachão replied
I don't sing with unknown black men!
Because he could be a slave
And be a runaway here
That's giving tail to a tinamou
And only a swollen black man enters

I am free as the wind
My lineage is noble
With many more illustrious
Than the Sun covers in the world
I was born in greatness
I didn't come from the poor race

You deny because you want
You are too well known
Tell me if you are a fugitive
Tell me how long ago?
If you are not a captive
Works deny signs

Whether rich or slave
I want to sing a hammer
Tune your guitar!
Let's enter a duel
Just with my presence
You are turning yellow

I see a figure so small
That I can't even see
It seems that it doesn't need
To tune the guitar
Through the tree's branches
You see the fruits it bears

Riachão, these are phrases
From a very backward man
Because they are seen phenomena
That have occurred on earth
A tiny snake
Kills a giant ox

My stream in the drought
Gives unusual floods
In the water's current
Large animals descend
Boa constrictors, anacondas
And monstrous jaguars

The jaguar worships me
The serpent dies at my feet
When my wrath arrives
Only one power helps
I say to the river: Stop there
The water stops and doesn't flow

You are not Joshua
Who commanded the Sun to stop
This one stopped for three days
For the war to end
Not even Moses with his rod
Made the sea water dry

I do whatever I want
My strength is limitless
The deeds done by me
I see no man who cites them
I determine one thing
There is no force that prevents

Solomon also did
What he wanted to do
Through magic and chemistry
He wanted to be born again
Instead of birth
He managed to die

Solomon facilitated
Confident in science
He directed everything well
But lacked patience
If it weren't for that mistake
He would have another existence

I need to know
Where is your birthplace
Because I don't know if you
Have a legal birth
From which nation do you come
If you behave well or badly

You come to interrogate me
I also interrogate you
Tell me where you are going
And where you come from
If you are single or married
What work do you have?

I have no superior
I am a child of freedom
And I don't tell my life
Because there is no need
I am not a fugitive
Nor are you an authority

I need to warn you
Give you an observation
Treat me very gently
Sing very attentively
Make sure you don't neglect
And put your foot in your hand

I have been singing for a long time
I am very skilled
I know some subjects
I am a little advanced
I studied for four years
I consider myself literate

I am a teacher of subjects
That a wise man does not know
The law I dictate in the world
The king himself obeys
My deeds are known
My fame spreads and grows

You say you have knowledge
Give me an explanation
If the earth moves
Whose rotation is it?
Why in 12 hours
Is there this transformation?

The Sun is not the one that moves
It is fixed in its place
The earth is on axes
The axes make it rotate
Which by this rotation
Causes the sunlight to fail

Describe the great mystery
That the earth has among us
What is rain made of?
In what state does it come?
Is it created nearby
Or somewhere beyond?

Water in liquid state
By means of lowering
That is in temperature
And by cooling
This water is condensed
Helped by the wind

The atmospheric current
From a high mountain
That helps the temperature
Forms condensed clouds
From the wind moving the clouds
Rain is formed from that

That this rain later
Soaks all the earth
Through evaporation
It returns to space
Reproducing the process
That I just explained to you

Do you know this Brazilian country well?

Oh, replied the black man
I know the foreigner
From the smallest stream
To the largest river
For example: The Amazon
Which borders with Pará
Pará with Maranhão
Piauí with Ceará
And so on with others
If anyone doubts, go there

Anyone from here
Intending to travel
To Rio de Janeiro
And not wanting to go by sea
I'll show you the way
He goes without embarrassment

How does this trip work?
Where do you find the way?
Place of a single abode
Without another neighbor
So much that in many places
No man walks alone

Anyone can leave
From Assu to Mossoró
Wanting to be able to pass from Caicó
Go up the left bank
Of the Seridó River

Riachão thought to himself
This black man is a scoundrel
He came out of hell
Sent by the demon
And to deceive me he came
Transformed into a black man

The black man said: My friend
Don't be suspicious
I guarantee you
You didn't hear me sing well
At the height I sing
No one else can reach

Go as high as you want
(Riachão replied)
Go through all the books
That you learned
I don't know this being
Who sings more than me

You will know
The weight of a singer
When you see me again
Treat me as a teacher
Render me obedience
You will know my worth

You tell me your name
I want to know you
So only then will I give
The value you deserve
In everything you say
I still can't believe

Knowing who I am
Maybe you will be amazed
Superior to you
Many have been amazed with me
The great men of your land
I have subdued

I have been singing for eighteen years
And playing the guitar for twenty
I always find a singer
Who only has fame and talk
When he sings at noon
He falls at my feet, rolls on the ground

I have been singing for many years
I don't go to every function
I pull the tip of a bull
I break the fury of a lion
I found this tough
That has action for me

But from now on
You have to find
The superior force
That forces you to be silent
Because I put a siege
Who goes can't come back

Manoel, you are a child
You only have nonsense
See that speech is breath
But to act is courage
I swear that from now on
You won't boast

My father called Antonio
His nickname was river
From a flood he gave
He covered the entire lowland
He dug in winter
Filled in summer

I knew your father very well
Who lived from fishing
Your mother was so poor
That she lived from a loom
Your godfather took you
And took you to raise

Where did you live
That my grandfather knew?
That I don't even remember
The time he died
And you are suffering
Much younger than me

I know the day and the hour
That your great-grandfather was born
He was called Ana Mendes
The midwife who took him
I knew the friar very well
And saw when he baptized him

Take off your mask
Tell the story right
The way you tell it
I am not satisfied
How do you see an object
Before that being made?

Your great-grandfather was called
Apolinário canção
He was the son of a blacksmith
They called him hawk
Uai great-grandmother, lourença
Daughter of amaro assunção

But how old are you?
That makes me admire
You knew my great-grandfather
I can't believe it
So in these conditions
It makes me suspicious

Your great-grandfather and grandfather
Were known to me
Your father, your mother, and you
Before being born
They were already in my note
To be protected

What protection do you have
To protect someone?
Your person and clothes
Show what you have
Your color and appearance
Clarify very well

I protect you so much
That I defended you from dying
Do you remember the jaguar
That once wanted to eat you?
That a dog appeared
And made the jaguar run

I remember perfectly
When the jaguar ambushed me
That already marking the jump
That a dog arrived
The jaguar ran away in fear
I don't know who saved me

Because it was this servant of yours
Who saw the jaguar ambush you
I called my dog
To save you from the jaguar
Do you remember when you
Heard the rooster crow?

I remember all of this
Because that's how it happened
But how old was I
When this happened?
I was so little
That my father took care

You were nine years old
You went to hunt a calf
You entertained yourself with some flowers
That were there on the hill
The jaguar was waiting for you
To release the pounce

Riachão thought to himself
Where did this being come from
Who knows my whole life
Perfectly?
This will be the devil
Who is impersonating people?

You ask like this
Where do I come from?
I come from where thought doesn't go
Like yours
I came out of the ideal
First that appeared

Now I just believed
That you are the enemy
You turned into a man
To come sing with me
But I believe in God
I can't be in danger

I haven't threatened you yet
Nor do I intend to threaten you
I am ready to defend you
If anyone wants to attack you
In my humble person
There is a small vassal

I don't want to know about you
Because you are the traitor
You disobeyed God
He being the creator
You betrayed him
Even more to a sinner

Riachão, do you love God
Being badly rewarded
God made Paul a monarch
Peter a simple soldier
He made one with so much health
The other blind and crippled

If God made Paul a king
Because Paul deserved it
If he made Peter a soldier
It was what Peter deserved
If it wasn't necessary
The great God wouldn't do it

Your neighbor and relative
Got rich without working
Your father worked so hard
And could never get rich
He didn't lie down one night
Without praying

My father died in poverty
He was faithful to his lord
He executed every order
Given by the creator
And was one of the sheep
That gave the shepherd more pleasure

Oh there! Said the black man
You are a hopeless case
I with all patience
I am teaching you right
You see you are wrong
You pretend not to see the defect

Man is very happy
Who consoles himself with everything
I can die in poverty
You find me begging
God gives me to pass
Science and this guitar

The black man looked at Riachão
With the eyes of a damned dog
Riachão shouted: Jesus
Man God sacramented
Help me Virgin Mary
The mother of the incarnate Word

The black man let out a scream
There he disappeared
From a sulfur stench
The whole house was filled
The dogs howled in the street
The ground shook

Riachão was pensive
With an unknown singer
Who, when he met one
Immediately made sense
His first verse
Was offered to God


Comentarios

Envía preguntas, explicaciones y curiosidades sobre la letra

0 / 500

Forma parte  de esta comunidad 

Haz preguntas sobre idiomas, interactúa con más fans de Leandro Gomes de Barros y explora más allá de las letras.

Conoce a Letras Academy

¿Enviar a la central de preguntas?

Tus preguntas podrán ser contestadas por profesores y alumnos de la plataforma.

Comprende mejor con esta clase:

0 / 500

Opciones de selección