
Firma a rédea Marculino
Lisandro Amaral
Um zaino boca esfolada
corcoveou com o Marculino
Mas o negro que é ladino
Não reza porque não chora
Mil perdão nossa senhora
Que a religião na Fronteira
Se batiza na mangueira
Com bagual pateando a espora...
Firma a rédea Marculino,
Apruma o corpo de gato
Que um campeiro é carrapato
No bagual que corcoveia;
Me garante essa peleia
A ferro e cabo de mango
Que hay carrerada e fandango
Nos campos do seu Gouveia
Trago um santo galponeiro
Me desculpem as batinas
Que eu já roubei muita china
Cantando e sovando pingo
E fantasias de gringo
Na luxúria das igrejas
Não combinam com a vareja
No charque do meu domingo
Quem sabe é nessas carreira
Que gritemo sem reserva
Juntemo uns troco pra erva
Nas patas da colorada
E até as boca pintada
Se agradem das pilcha nova
E peçam segunda sova
No cair da madrugada...



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