
Destroços
Lua Alves
Olha, eu nunca judiei, sempre fui do respeito
Sempre cuidei de quem me amou
Olha, é difícil falar, minha voz embargou
Só porque eu chorei hoje até me cansar
Olha, essa situação
Mil confetes no chão
E nenhum carnaval
Foi, meu destino final
Quando você surtou, minhas roupas jogou
E me chamou de animal
Jogado na rua com mala no chão
No dedo um anel e um filhote de cão
Dois pares de meia e um velho colchão
Jamais sonharia tal situação
Logo um orvalho caiu
Acordei era dia
Não pensei que dormia
E o meu cão com lambidos me cumprimentava
De um sonho ofegante, o meu cão tão fiel e com ar de gigante
Hoje
É quem me salvava



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