
Soneto de Camões
Luís Felipe Marques Lima
Tão contrário a si é o mesmo amor
Se o bem me falta
Em ti se alcança
Tão doce estou no meio deste engano
Que não sei se é de dor
Ou de esperança
Tão contrário a si é o mesmo amor
Se me faltar o bem
Em ti encontrarei
Se não mais enxergar o além
Em ti repousarei
O amor acontece na solidão
O amor cresce na paixão
O amor amadurece na compreensão
O amor morre na mesma solidão
Amor é fogo que arde sem se ver
É ferida que dói e não se sente
É um contentamento descontente
É dor que desatina sem doer
É um não querer mais que bem-querer
É solitário andar por entre a gente
É nunca contentar-se de contente
É um cuidar que ganha em se perder
Tão contrário a si é o mesmo amor
É querer estar preso por vontade
É servir a quem vence, o vencedor
É ter com quem nos mata, lealdade
Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade
Se tão contrário a si é o mesmo amor
Como posso não amar de verdade?
O amor acontece na solidão
O amor cresce na paixão
O amor amadurece na compreensão
O amor morre na mesma solidão
Amor é fogo que arde sem se ver
É ferida que dói e não se sente
É um contentamento descontente
É dor que desatina sem doer
É um não querer mais que bem-querer
É solitário andar por entre a gente
É nunca contentar-se de contente
É um cuidar que ganha em se perder



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