Catalepsia
Luís Sollon
Catalepsia, seu corpo adormecido sob a laje fria
Catalepsia, pânico, dor e agonia
O relógio biológico parou num instante
No meio da sala você estirado num caixão elegante
Escutando vozes e o choro da sua filha
E elogios tardios de outros cidadãos
Seria isso um sonho ou suas suspeitas foram confirmadas com razão
Todo o calor que você sente agora vem das velas 7 dias
Morto aparentemente no caixão, jaz o homem
O velório à luz de velas mostra as pessoas num pálido salão
Como se fossem ascas sentinelas, ouve-se choro
Nota-se oração ao pranteado morto, duas janelas abertas
Mostram a fria escuridão da noite com suas lúgubres sequelas
Catalepsia, seu corpo adormecido sob a laje fria
Catalepsia, pânico, dor e agonia
A mente aflita e o corpo latente não comandam mais os membros inertes
A cidade toda à espera do cortejo
Todos os sinais abertos pro seu último passeio
O féretro arrastado ao último leito
A terra caindo sobre a madeira forte
Você escutando vozes: Vá com Deus, descanse em paz
Flores são jogadas e em pouco tempo quando o relógio voltar a funcionar
O ar vai ser pouco e a noite já reinará
E o coveiro já terá ido dormir, ninguém ouvirá seus gritos
Catalepticamente dorme apenas o morto-vivo
Inerte e sonolento, sente o fim sob o aroma das verbenas, escuta vozes
Sem poder falar, mas é tarde demais pra quê lamento se só lhe resta o corpo a sepultar?
Catalepsias, seu corpo adormecido sob a laje fria
Catalepsia, pânico, dor e agonia



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