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Privilégio 2 (O Tempo É Rei)
Mano Brown
Privilégio 2 (O Tempo É Rei)
Eh vagabundo, Outono 2001, tamos vivão
Com saúde graças a Deus
Tô aqui com os parceiros KL Jay, Silveira
Mó prazer em ser contemporâneos seus
Aí morô truta
Talvez um dia os cara vai lembrar e vai falar
Olha aqueles malucos
Até que eles não eram tão ruim
É desse jeito
E do Capão Redondo pra cá
Virando nas ruas e tal
Vendo os carros, carro novo, carro velho
Gente apressada
Gente sem destino
Gente nas ruas olhando pras luzes assustados
Nordestinos que nem minha mãe quando veio
Olhando pros prédios
Vê que Godzilla tá ligado
Os prédios gigante
Aí bom São Paulo né mano
Não precisa falar mais nada
Um monstro, aí como é que faz
Capão Redondo pra cá mó diferença
Mais ou menos 1 hora e meia atrás
Eu tava no Jardim Mila, Centro
Vendo o movimento dos manos
As casas de tijolos vermelho
As escadas tudo quebradas
As ruas cheia de lama a criançada uma pá de bar
7 horas da noite o bar tá lotado nê vagabundo
Uma pá de cara chega do trampo e vai direto pro bar
Pra falar a realidade
Entre carnaval o Jornal Nacional e o bar
É difícil saber o quê que é pior
Mas sou um cara observador
Se for olhar direito mesmo o mundo todo tá em crise
Oh mano, vai vendo a fita
Você não vê felicidade no olho de ninguém
Se tá ligado, nem do pobre nem do rico
E se for vê
É um monte de corpo perambulando nas ruas
A maioria acha que sabe o que quer
Mais se você for vê mesmo
Tá todo mundo desorientado se tá ligado
Eu fico assim também mano
Eu sei o que eu quero
Mas de vez em quando dá uns tiutes tá ligado
Assim a mente para oh mano
Ai você começa a tentar fazer um balanço tá ligado
A caminhada é dura
É que nem um parceiro falou pra mim
Quando a caminhada fica dura
Só os duros continuam caminhando
Eu acho que sou um deles, eu tô aí tô firmão
Eu quero mandar um Alô
Com um salve um firmeza total sincero
DI, Ivan, Weber, Zuluca, Negreta
Neto, Cascão, Neguinho, Batatão
Que nesse exato momento vai vendo a cena
Tá na Seccional da Luís Carlos Berrini
Aqui na capital de São Paulo
Já que ele assinou que é réu confesso
Tá lá esperando o julgamento
Tentativa de furto
Uma pá de cara amontoado
E lá na Seccional não tem sol morô
Negão tá branco vai vendo a fita
Aí você vê
De vez em quando você tá pá com um problema
Ou você acha que tem um problema
Ou você é um problema pra você mesmo tá ligado
A sua mente te deixa transtornado
Aí você olha pro lado
E vê alguém com um problema maior do que o seu Morô mano
Se isso serve de consolo
Aí já não sei
Mas tem dia que eu acordo daquele jeito oh
Inimigo do mundo
Só a música pra te poder dar uma aliviada
Eu quando tô meio derrubado
Eu gosto de ouvir 2PAC tá ligado
Não sei se é porque o cara é filho sem pai
Também que nem eu morô mano
Sem pai é assim né truta
Não conhece o pai, né mano
Pai todo mundo tem
Principalmente um c@##### que foi o meu pai
Mas eu não conheci
Aí eu vou dar um rolé na quebrada
Num lugar para encontrar gente frustrada
Que nem na zona sul
Eu tô pra bênção na neurose
É ali, já virou a esquina é 3, 4
Dão mais 1 na cara +1 é 6
Na hora que encosta o carro preto
Juntou todo mundo dar uns 30
Todo mundo fumando um baseado
Pra tirar a neurose, todo mundo dando risada
Mas lá na bolinha dos olhos
Eu vejo tristeza no olhar de cada mano
Oh o barato é doido, vai vendo
Num mundo que nem esse o nosso
Um País que nem o nosso morô
Onde você vale o que tem, frase já é antiga
Uns carros bonito, roupas bonitas
Agora a Globalização, Internet e tal
Estados Unidos ligou para lá
Em 1 minuto te atenderam do outro lado
Tudo pertinho
E a vida dos manos continuam do mesmo jeito
Como se não tivesse nada disso tá ligado
Internet nada não mudou nada
Isso não fez efeito pros caras
Nem pra mim se for falar a real
Eu sou um cara meio romântico
Eu gosto das coisas antigas moro
Não dou muito valor pra esses baratos de eletrônica
Mas eu sei que o tempo é o Rei né
E ele vai mostrar para mim
Que eu vou precisar do barato e não vai ter jeito
Quem sou eu pra brecar o avanço da Humanidade
Eu sou apenas um homem
Mais um como Bilhões de mortais
Que passaram pelo mundo
Que foram contra
Em saber que já foram contra até a teoria
Da terra ser redonda
E os caras falavam que não era morô
E a teoria foi quebrada
Vai vendo de vez em quando eu fico parado
Quando eu tô ali em cima no morro
Ali na favela olhando os barraquinhos
Tudo amontoados um em cima do outro
Uns de pau outros de tijolos quase caindo
Viatura passa lá em baixo (ué, ué, ué)
Maior auê da po##@
Deve ter alguém sofrendo tá ligado
Lá dentro da viatura
E alguém que logo mais vai ficar sofrendo
Quando souber da notícia
É o que eu mais vejo
Mas ao mesmo tempo eu vejo
Que as pessoas estão tão frias mano
Que às vezes uma mãe que fica sabendo
Que o filho tá na cadeia
Ela se sente aliviada
Oh por incrível que pareça oh mano
Porque se ela sabe que ele tá no crime
Ela acha que na rua
Ele tem mais chances de morrer moro
Aí você ver o valor das coisas como é que tá
Emprego não tem
Perspectiva de melhora não tem também, tá ligado
O exemplo que vem de cima é os pior possível
Tá todo mundo roubando a realidade é essa
Periferia de 10, 8 tá roubando
Ninguém nasceu pra ser criminoso
Ninguém nasceu querendo revólver de brinquedo
Eu também já fui criança
Gostava de Super-homem de Batman e tal Ultraman
Aí com os o tempo o Capão Redondo me ensinou
Que o Batman nada mais é do que um atravessador
Um ganso, e o pela ordem é o Charada
Que é malandro
Uns tombo bacana e dá risada o tempo todo
Vai vendo eu era fã do Batman e tal
Batman né mano Super Herói
Periferia não tem super herói
Super Herói da periferia anda como
De RR, Golf GTI, tem umas quadradas
E quando tem fuzil então Ave Maria
Vira personalidade, é o valor esses são os valor
Como é que você faz pra viver num mundo assim
Você olha pra um lado vê os bacana pagando
Olha pro outro, os irmãos no crime
Mas eu tenho que continuar andando
Eu não quero ser do crime
Preciso sustentar o meu filho
O meu pivete já tá com 6 anos certo
Vejo ele andando na rua em dentro de casa
Correndo brincando, já é um guerreirinho
Já gosta das coisas certas, tem opinião própria
Gosta do RAP, torce pro Santos, sabe o que quer
Por essa parte gosta do melhor
Eu vejo o quê que eu posso dar pra ele no futuro
Se eu fraquejar hoje, eu tenho que ser um vencedor
Eu não posso me abater com a realidade
A realidade é dura, eu não posso me abater
Eu preciso continuar certo, vê a minha coroa
Eu preciso mostrar pra ela que não foi nada em vão
De tudo o que ela fez pra mim cê tá ligado
De tudo o que ela fez, a fome que ela passou
Na casa dos patrões que ela morou
E eu morei junto, então minha coroa não pode vê
Eu nem fumar um cigarro, cê quer saber tá ligado
Se eu tiver fumando um cigarro e fala OPA
Eu já queimei a mão várias vezes amassando cigarro
Pra ela não vê, vai vendo isso é respeito velho
Imagina minha mãe souber, seu filho tá preso
Pronto porra minha coroa tem um ataque ela acaba
Aí eu acabo junto
O que acontece, eu tenho que fazer a caminhada
Passar no meio de tudo isso aí
Lei da selva, essa é a selva, sobreviver a tudo
Fazer um Rap, cê tá louco
Rap é o quê é música? Quem falou?
Eu tou falando!
Rap é minha vida tá ligado
Pra quem nunca, vou te falar uma parada
Tudo o que eu me envolvo eu sou fanático tá ligado
Eu não gosto nada assim
De meia boca ou mais ou menos ou simpatizo
Ou eu gosto ou eu odeio tá ligado
Ou amo ou odeio a realidade é essa
Tudo o que eu posso falar hoje
Se eu sento pra trocar uma idéia
Mais ou menos é por causa do Rap
Eu não vou negar não
Você saí da escola vem viver naquele cotidiano
Naquele que eu vivo você fica de chapéu atolado
Se você não sai pro mundão pra viver e vê qual que é
Você morô mano você não entende
Não consegue colocar as coisas um do lado do outro
E comparar e vê o que é bom o que é ruim
O Rap me ajudou a vê esses lados aí
Então é desse jeito mesmo
Os dia de hoje você aí, os Bar lotado
Todo mundo tem sonho não dar pra realizar
O que acontece é desse jeito
Uns tentando se esconder de alguma forma
Uns manos se escondem na cocaína
Outros manos se escondem no álcool
Os mano que já querem ficar mas na bolinha de meia
Fuma um baseado
Mas quando passa o efeito só depressão
Aí a realidade te agarra
A realidade te agarra e não tem como você sair dela
Aí o cara vai e bola mais um
Pra tentar esquecer a realidade
E os anos vão passando, e os dias vão passando
Aí os moleque vão ficando homem
E as pessoas elas tem que provar pra alguém morô
Que elas são capazes de fazer alguma coisa
Você sempre tem alguém pra você mostrar
Sempre tem uma meta
E essa meta sempre é alguém
Ou uma menininha ou a mulher ou sua mãe
Ou um canalha que judiou de você
Da sua capacidade cê tá ligado
Sempre você quer mostrar pra alguém
Eu vejo isso nos manos
Que tem capacidade de mostrar e quer mostrar
Mas como?
Por isso que eu falo
Quando a caminhada for dura
Só os duros vão continuar caminhando
Preciso continuar, a cena é essa
Tou aqui no estúdio da Trama
Primeira vez, maior satisfação
Numa noite de quarta feira
11 talvez 15 pra meia noite eu acho
2001 bom isso aqui são alguns pensamentos
Que passam na minha mente assim, tá ligado
E se você dê um rolê comigo
Você vai vê que eu sou um cara meio chapado morô
Penso mil fitas ao mesmo tempo
Tenho solução pra todo mundo
E pra mim muitas vezes não tenho nenhuma
A vida é assim, é desenhar 100 borracha
Vai vendo vi isso aí num outdoor
Na Marginal essa frase vou te falar
Você viu né, então louco, louco
Vou mandar um beijo pra minha coroa Dona Ana
Obrigado por tudo, minha preta Eliane, um beijão
Meus parceiro do Capão
Dí, Marquinho, Neguinho, Batatão
A rapa da Vida Loka, é desse jeito vagabundo
KL Jay, cê tá ligado KL Jay
Tou de olho em você mano
Mó prazer mesmo você fazer parte do meu grupo
Aí morô oh vai vendo meu grupo hein
Mas aí essa caminhada
Aí você escreveu o livro junto comigo morô
Você o Edy Rock o BLUE
E toda a outra rapa do Rap e tal
Não rapa do Rap foi fora
Rapa do Rap é a rapa né mano
É uma geração cê tá ligado
Essa geração fez a história
Essa geração revolucionou
E vai continuar revolucionando por aí
Pra todos eles independente
Pros inimigos aos amigos
O tempo é rei, ele vai dizer quem tá certo
Como já dizia o Jorge Bem
Para quê lhe gradear, né não
Se o seu fundamento é o mesmo que o meu
Lá na frente nós se encontra vagabundo
Vamo vê quem vai levantar a bandeira
Firmeza total, paz
Privilégio 2 (El Tiempo es Rey)
Eh vagabundo, Otoño 2001, estamos vivos
Con salud gracias a Dios
Estoy aquí con los compas KL Jay, Silveira
Un placer ser contemporáneo tuyo
Así es hermano
Quizás un día la gente recordará y dirá
Mira a esos locos
No eran tan malos después de todo
Es así
Desde Capão Redondo hasta acá
Dando vueltas por las calles y eso
Viendo los autos, auto nuevo, auto viejo
Gente apurada
Gente sin rumbo
Gente en las calles mirando las luces asustados
Nordestinos como mi madre cuando llegó
Mirando los edificios
Ves que Godzilla está presente
Los edificios gigantes
Ah, buen São Paulo, ¿no es así, hermano?
No hace falta decir más nada
Un monstruo, ¿cómo se hace?
De Capão Redondo hasta acá hay una gran diferencia
Más o menos 1 hora y media atrás
Estaba en Jardim Mila, Centro
Viendo el movimiento de los compas
Las casas de ladrillo rojo
Las escaleras todas rotas
Las calles llenas de barro, los niños jugando en el barro
A las 7 de la noche el bar está lleno, ¿no, vagabundo?
Un montón de tipos llegan del trabajo y van directo al bar
Para hablar de la realidad
Entre carnaval, el Noticiero Nacional y el bar
Es difícil saber qué es peor
Pero soy un observador
Si miras bien, el mundo entero está en crisis
Oh hermano, fíjate
No ves felicidad en los ojos de nadie
Si entiendes, ni de los pobres ni de los ricos
Y si miras
Es un montón de cuerpos vagando por las calles
La mayoría cree saber lo que quiere
Pero si miras bien
Todos están desorientados, si entiendes
Yo también me siento así, hermano
Sé lo que quiero
Pero de vez en cuando me mareo, si entiendes
Así la mente se detiene, hermano
Y empiezas a tratar de hacer un balance, si entiendes
La caminata es dura
Es como un compa me dijo
Cuando la caminata se pone dura
Solo los duros siguen caminando
Creo que soy uno de ellos, estoy aquí firme
Quiero mandar un saludo
Con un salve, una total sinceridad
DI, Ivan, Weber, Zuluca, Negreta
Neto, Cascão, Neguinho, Batatão
Que en este preciso momento están viendo la escena
En la Comisaría de Luís Carlos Berrini
Aquí en la capital de São Paulo
Ya que confesó ser culpable
Está allí esperando el juicio
Intento de robo
Un montón de tipos amontonados
Y en la Comisaría no hay sol, hermano
El negro está pálido, fíjate
Y ves
De vez en cuando estás con un problema
O crees que tienes un problema
O eres un problema para ti mismo, si entiendes
Tu mente te deja trastornado
Y miras a un lado
Y ves a alguien con un problema mayor que el tuyo, hermano
Si eso sirve de consuelo
Ya no sé
Pero hay días en los que me levanto así
Enemigo del mundo
Solo la música puede darte un respiro
Cuando estoy un poco decaído
Me gusta escuchar a 2PAC, si entiendes
No sé si es porque el tipo es un hijo sin padre
Como yo también, hermano
Sin padre es así, ¿no, hermano?
No conoces a tu padre, ¿verdad, hermano?
Todos tienen padre
Sobre todo un c@##### que fue mi padre
Pero no lo conocí
Así que doy una vuelta por la zona
A un lugar para encontrar gente frustrada
Como en la zona sur
Estoy bendecido con la neurosis
Es allí, ya doblas la esquina son 3, 4
Dan uno más en la cara +1 son 6
Cuando estaciona el auto negro
Se reúnen todos, unos 30
Todos fumando un porro
Para quitarse la neurosis, todos riendo
Pero en los ojos
Veo tristeza en la mirada de cada uno
El asunto es loco, fíjate
En un mundo como el nuestro
Un país como el nuestro, ¿verdad?
Donde vales por lo que tienes, la frase es antigua
Unos autos bonitos, ropa bonita
Ahora la Globalización, Internet y tal
Estados Unidos llama allá
En 1 minuto te atienden al otro lado
Todo está cerca
Y la vida de los compas sigue igual
Como si nada de eso hubiera pasado, ¿entiendes?
Internet no cambió nada
No tuvo efecto en los compas
Ni en mí, si hablamos en serio
Soy un tipo algo romántico
Me gustan las cosas antiguas, hermano
No valoro mucho estas cosas electrónicas
Pero sé que el tiempo es el Rey, ¿verdad?
Y me mostrará
Que necesitaré esas cosas y no habrá vuelta atrás
¿Quién soy yo para detener el avance de la Humanidad?
Soy solo un hombre
Uno más entre miles de mortales
Que han pasado por el mundo
Que se han opuesto
Sabiendo que se han opuesto incluso a la teoría
De que la tierra es redonda
Y los tipos decían que no, ¿entiendes?
Y la teoría fue refutada
De vez en cuando me quedo parado
Cuando estoy arriba en el morro
En la favela mirando las casitas
Todas amontonadas una sobre otra
Unas de madera, otras de ladrillo a punto de caer
La patrulla pasa abajo (ué, ué, ué)
¡Qué alboroto!
Debe haber alguien sufriendo, ¿entiendes?
Dentro de la patrulla
Y alguien que pronto sufrirá
Cuando se entere de la noticia
Es lo que más veo
Pero al mismo tiempo veo
Que la gente está tan fría, hermano
Que a veces una madre que se entera
Que su hijo está en la cárcel
Se siente aliviada
Increíble pero cierto, hermano
Porque si sabe que está en el crimen
Cree que en la calle
Tiene más posibilidades de morir, ¿entiendes?
Ahí ves el valor de las cosas, ¿cómo está la cosa?
No hay trabajo
No hay perspectivas de mejora, ¿entiendes?
El ejemplo que viene de arriba es lo peor posible
Todos están robando, esa es la realidad
La periferia de 10, 8 está robando
Nadie nació para ser criminal
Nadie nació queriendo un revólver de juguete
Yo también fui niño
Me gustaba Superman, Batman y Ultraman
Y con el tiempo, Capão Redondo me enseñó
Que Batman no es más que un intermediario
Un pillo, y el orden es el Acertijo
Que es astuto
Se cae y se ríe todo el tiempo
Ves, era fan de Batman y tal
Batman, ¿verdad, hermano? Superhéroe
La periferia no tiene superhéroes
El superhéroe de la periferia anda en
Un RR, Golf GTI, tiene unos cuadrados
Y cuando tiene un fusil, ¡Ay, Virgen María!
Se convierte en una personalidad, ese es el valor, esos son los valores
¿Cómo haces para vivir en un mundo así?
Miras a un lado y ves a los ricos pagando
Miras al otro lado, los hermanos en el crimen
Pero tengo que seguir adelante
No quiero ser del crimen
Necesito mantener a mi hijo
Mi chico ya tiene 6 años, ¿entiendes?
Lo veo caminando por la calle y en casa
Corriendo, jugando, ya es un guerrero
Le gustan las cosas correctas, tiene opinión propia
Le gusta el RAP, es hincha del Santos, sabe lo que quiere
En esa parte, busca lo mejor
Veo lo que le puedo dar en el futuro
Si flaqueo hoy, tengo que ser un ganador
No puedo dejarme vencer por la realidad
La realidad es dura, no puedo dejarme vencer
Necesito seguir adelante, ver a mi vieja
Necesito mostrarle que no fue en vano
Todo lo que hizo por mí, ¿entiendes?
Todo lo que pasó, el hambre que sufrió
En la casa de los patrones donde vivió
Y yo viví con ella, así que mi vieja no puede ver
Ni siquiera fumar un cigarrillo, ¿quieres saber, ¿entiendes?
Si estoy fumando un cigarrillo y dice ¡Opa!
Ya me quemé la mano varias veces aplastando el cigarrillo
Para que no lo vea, fíjate, eso es respeto, viejo
Imagina si mi madre se entera, que su hijo está preso
Listo, mi vieja tiene un ataque, yo me pongo mal
Entonces tengo que hacer la caminata
Pasar por todo eso
Ley de la selva, así es la selva, sobrevivir a todo
Hacer un Rap, ¿estás loco?
¿El Rap qué es, música? ¿Quién lo dijo?
¡Estoy hablando!
El Rap es mi vida, ¿entiendes?
Para los que nunca lo han hecho, te diré una cosa
Todo en lo que me involucro, soy fanático, ¿entiendes?
No me gusta nada así
Ni a medias ni más o menos, o simpatizo
O me gusta o lo odio, ¿entiendes?
O amo u odio, esa es la realidad
Todo lo que puedo decir hoy
Si me siento a charlar
Más o menos es por el Rap
No lo voy a negar
Sales de la escuela y te enfrentas a esa rutina
En la que vivo, te quedas atónito
Si no sales al mundo a vivir y ver qué hay
No entiendes, no puedes poner las cosas una al lado de la otra
Y comparar y ver qué es bueno y qué es malo
El Rap me ayudó a ver esos lados
Así es, los días de hoy, tú ahí, el bar lleno
Todos tienen sueños que no pueden cumplir
Así es
Unos intentan esconderse de alguna forma
Unos se esconden en la cocaína
Otros se esconden en el alcohol
Los que quieren quedarse en la mediocridad
Fuman un porro
Pero cuando pasa el efecto, solo hay depresión
Ahí la realidad te atrapa
Y no hay forma de escapar de ella
Entonces el tipo se arma otro
Para intentar olvidar la realidad
Y los años pasan, y los días pasan
Y los chicos se hacen hombres
Y la gente tiene que demostrarle a alguien
Que son capaces de hacer algo
Siempre hay alguien a quien mostrarle
Siempre hay una meta
Y esa meta siempre es alguien
Una niña, una mujer, tu madre
O un canalla que te hizo daño
A tu capacidad, ¿entiendes?
Siempre quieres demostrarle a alguien
Veo eso en los compas
Que tienen la capacidad de mostrar y quieren mostrar
Pero ¿cómo?
Por eso digo
Cuando la caminata sea dura
Solo los duros seguirán caminando
Necesito seguir, esa es la escena
Estoy aquí en el estudio de Trama
Por primera vez, una gran satisfacción
En una noche de miércoles
11, tal vez 15 para la medianoche, supongo
2001, esto son algunos pensamientos
Que pasan por mi mente así, ¿entiendes?
Y si vienes a dar una vuelta conmigo
Verás que soy un tipo medio colgado, ¿entiendes?
Pienso mil cosas al mismo tiempo
Tengo solución para todos
Y a veces no tengo ninguna para mí
Así es la vida, es borrar 100 veces
Vi eso en un cartel
En la Marginal, te lo digo
Lo viste, ¿verdad? Así que loco, loco
Mandaré un beso a mi vieja Doña Ana
Gracias por todo, mi negra Eliane, un beso
Mis compas de Capão
Dí, Marquinho, Neguinho, Batatão
La banda de Vida Loka, así es la cosa, vagabundo
KL Jay, ¿entiendes KL Jay?
Estoy de ojo en ti, hermano
Un placer que seas parte de mi grupo
Así es, fíjate en mi grupo, ¿eh?
Pero esta caminata
Tú escribiste el libro conmigo, ¿entiendes?
Tú, Edy Rock, BLUE
Y toda la otra banda del Rap y tal
No, la banda del Rap fue fuera
La banda del Rap es la banda, ¿entiendes?
Es una generación, ¿sabes?
Esta generación hizo historia
Esta generación revolucionó
Y seguirá revolucionando por ahí
Para todos ellos, independientemente
Para los enemigos y los amigos
El tiempo es rey, dirá quién tiene razón
Como decía Jorge Ben
¿Para qué pelear, no es así?
Si nuestro fundamento es el mismo
Nos encontraremos más adelante, vagabundo
Veremos quién levantará la bandera
Total firmeza, paz
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