
Canção da Estrada
Nerino e Nivaldo
No chão duro de um caminho
Como o tempo o tempo escreveu
A canção de uma estrada
Onde a própria estrada sou eu
Sou eu quem rasgo as montanhas
E passo por cima dos rios
Sou perigosa na serra
Junto as sombras dos vales sombrios
Estrada, sou estrada
Estrada, sou estrada
Crianças de férias que passam
Sobre mim, acenando as mãozinhas
Não sei o que é solidão
Não fico um minuto sozinha
Pneus me apertam a ventre
Mas o peso é questão de segundos
Na carga pesada vão indo
Alimentos pros canto do mundo
Estrada, sou estrada
Estrada, sou estrada
Eu passo beirando casebres
Eu passo beirando mansões
Sobre mim passa tropa e boiada
Quando estou nos confins dos sertões
O progresso trajou-me de preto
No calor o meu corpo evapora
Tenho ainda uns pedaços de terra
Boa parte do corpo de fora
Estrada, sou estrada
Estrada, sou estrada
Eu sou irmã gêmea do homem
Eu sou igual uma vida
Sou cheia de retas e curvas
Planícies, subidas e descidas
O homem que faz eu nascer
E me cuida do começo ao fim
Mas quando o homem então morre
Mesmo morto ele passa por mim
Estrada, sou estrada



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