Inverno
Os Platones
É nesse inverno que eu me perco, amor
Sob teu gelo desconserto
Em grandes goles te consumo como uma bebida nada rara
E no silencio da tua calma
Tuas palavras tão escassas, tão exatas, tão surradas pelo tempo
Que preferem não agredir a ordem natural das coisas
Que te fazem chorar mais do que rir
E daí... tanto faz pra quem não vê um palmo a frente do nariz
E é nesse inverno que eu me perco, amor
A noite as vezes eu confesso
A indiferença que te leva as vezes faz tanto sentido
E é nesse inverno que eu me perco, amor
A noite as claras me convenço
Sob protestos me entrego, te admito como tal
Que prefere não agredir a ordem natural das coisas
Que te fazem chorar mais do que rir
E daí... tanto faz pra quem não vê um palmo a frente do nariz



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